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Diversas faces da literatura de Brasília

Arquivo Geral

15/04/2015 6h30

Qual é a visão do mundo sobre o Brasil? Muitos citam logo as cores exóticas da Amazônia, outros falam do Carnaval e seu samba autêntico, recheado de folclore e mulatas. Mas o que os estrangeiros pensam da arquitetonicamente simétrica Brasília? Instigado pela diferença de estereótipos esperados por um visitante, Henrik Brandão Jönsson expressou suas ideias e registrou histórias da capital no livro Fantasy Island – Brave New Heart of Brazil. Em clima de comemoração do aniversário de Brasília, que celebra 55 anos no próximo dia 21, a obra é lançada amanhã no restaurante Carpe Diem (104 Sul).

O escritor sueco que vive no Brasil há 13 anos,  correspondente do jornal Dagens Nyheter, ficou espantado com a divergência visual da capital ao cobrir as eleições de 2002, que resultaram na ascensão de Lula à presidência. “Brasília, o que é essa cidade? Quando cheguei, senti que estava em outro planeta. Me identifiquei com organização”, opina.

Diferentes classes sociais

Dividido em 25 capítulos, o novo livro nasceu de uma espécie de pesquisa realizada entre os anos de 2008 e 2010. O jornalista entrevistou pessoas de diferentes classes sociais, desde prostitutas de regiões administrativas, até deputados do Congresso Nacional. “Acho que para fazer um livro interessante, você deve conversar com as pessoas. A ideia é que os fatos sejam os esqueletos do livro e seus personagens, a carne”, destaca.

“Conheci uma empregada que trabalhava na casa de uma grande personalidade, ela me contou tudo sobre sua vida”, completa.

Para o escritor, sua ligação com a capital brasileira foi possível devido às inspirações de Lúcio Costa no subúrbio modernista de Estocolmo. Assim como Brasília foi exposta por Fernando Meirelles na série de televisão Felizes Para Sempre, Henrik não tem medo de críticas ou polêmicas provocadas pelo teor realístico com que trata Brasília. “Um livro que não gera polêmica não é um bom livro. Eu falo minha opinião, sou um correspondente internacional, não podem me prender. O que eu escrevo no livro são conversas que todo brasileiro têm. São eles que falam, não eu. Falo de corrupção, algo que incomoda, mas que todos os cidadãos do Brasil sabem”, enfatiza.

De acordo com ele, o objetivo do livro não é apenas atrair leitores, mas criar um mosaico cultural da cidade. “Quero que o brasileiro descubra o que tem nessa capital, que fiquem tão entusiasmado quanto eu fiquei. Quero que as pessoas conheçam o Distrito Federal. Fiz esse livro para que o público não tenha apenas o Rio de Janeiro como referência mundial. Quero que captem a grandeza do País”, finaliza.

 

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