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Brasília

Sindicato critica restrições e pede garantias a jornalistas na posse presidencial

Arquivo Geral

27/12/2018 19h05

Foto: Kléber Lima/Jornal de Brasilia

Ana Lúcia Ferreira
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O Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal (SJPDF) criticou as exigências feitas pela equipe de transição do presidente eleito, Jair Messias Bolsonaro, para os profissionais de imprensa que farão a cobertura da posse, em 1º de janeiro de 2019. Via redes sociais, a entidade relata que foi procurada por diversos profissionais desde que a medida foi anunciada e avalia que esta atitude impede o livre exercício profissional.

“Achamos que as exigências são mais uma forma de impedir a liberdade de imprensa e o livre exercício profissional. Essa medida nunca foi tomada desde a redemocratização”, argumentou o coordenador-geral do SJPDF, Gesio Passos.

Para a posse, as forças de segurança públicas esperam receber um público de 500 mil pessoas. O evento, marcado para começar às 15h, deixará toda a Esplanada cercada. Conforme o Jornal de Brasília adiantou, haverá apenas uma entrada para o evento: a pista do Eixo Monumental ao lado da Rodoviária do Plano Piloto, no sentido Congresso Nacional. A partir dali, o tráfego está permitido apenas para pedestres, mas pessoas com problemas de locomoção podem pedir apoio policiais militares no local.

Quem for acompanhar o evento não poderá levar nenhum objeto. Skates, bicicletas e guarda-chuvas, carrinhos de bebê, máscaras, produtos inflamáveis, fogos de artifício, drones, animais, bebidas alcoólicas, laser, armas de fogo e objetos cortantes estão vedados. De acordo com a polícia, o ideal é levar apenas o necessário, como carteira e documentos.

As restrições ao público também serão aplicadas aos profissionais de imprensa escalados para trabalhar na cobertura. Entre elas, a proibição de carregar mochilas e máscaras, e de circular entre os prédios do Congresso Nacional e do Palácio do Planalto.

Para o sindicato, a medida afeta diretamente os profissionais, pois eles “necessitam de equipamentos como notebooks, carregadores, telefones celulares, bloco de anotações, canetas e, em casos mais específicos, microfones, fones de ouvido e câmeras fotográficas ou filmadoras”.

A entidade ressalta que esses materiais são levados em mochilas e não existe informação sobre recusa dos colegas em se submeter os equipamentos a detectores de metais ou máquinas de raios-X, na entrada de prédios públicos. Sobre máscaras para gás, capacete e coletes à prova de balas, o sindicato ressalta que são equipamentos de proteção individual (EPIs) e que, desde 2014, o Ministério Público do Trabalho recomenda o uso por profissionais de imprensa como medida protetiva.

Por fim, o sindicato questiona que, pela primeira vez, os jornalistas credenciados não poderão transitar entre o Palácio do Planalto e o Congresso Nacional, locais onde ocorrem as cerimônias de posse. Assim, o ato “limita a livre atuação da imprensa”.

“Cercear os jornalistas a estarem presentes nos diversos atos da posse ataca o livre exercício profissional e a liberdade de imprensa. Também não tem cabimento proibir profissionais utilizarem equipamentos de segurança na cobertura da Esplanada. Esperamos bom senso do governo de transição e garantir a liberdade de cobertura da posse como acontece desde a redemocratização”, finaliza Gesio Passos, coordenador do SJPDF.

Veja a nota na íntegra:

Versão Oficial

O Jornal de Brasília procurou a Presidência da República para comentar o caso, porém, até a publicação desta reportagem não teve retorno.


Esquema de segurança
As forças de segurança do DF e da Presidência da República montaram a Operação Posse para organizar o público e evitar um novo atentado contra o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL).

Cerca de 2,6 mil policiais militares trabalharão na Esplanada, além de 36 agentes do Detran e 350 militares do Corpo de Bombeiros. Vinte e cinco viaturas estarão a postos.

» Trânsito
29 de dezembro: a partir da meia-noite, as vias N1 e S1 serão fechadas para o trânsito de veículos, entre o Corpo de Bombeiros no acesso à L4 Norte e o Buraco do Tatu, ao lado da Catedral.

30 de dezembro: além das vias N1 e S1, as vias N2 e S2 também serão interditadas para o trânsito de veículos e pedestres. Apenas pessoas credenciadas e envolvidas na organização da cerimônia de posse poderão circular. O trânsito estará liberado na L2 Sul e Norte e na L4 Sul e Norte.

31 de dezembro: a partir da meia-noite, o bloqueio da via S1 será feito desde a parte leste da Rodoviária. Motoristas que estiverem na via L2 Norte não poderão acessar a Esplanada (via N1). A via N2 será bloqueada da partir da via L4 Norte até a altura do prédio do Incra (em frente ao Teatro Nacional). A ligação entre as vias L2 Sul e Norte não estará bloqueada, assim como as vias L4 Sul e Norte, onde o trânsito estará liberado.

1º de dezembro — Dia D: a partir das 8h, o bloqueio das vias N1 e S1 será eito a partir da Rodoviária. Ônibus de linha poderão fazer o retorno na alça leste da Rodoviária. Nenhum outro ônibus ou veículo leve terá acesso à pista. O trânsito será desviado da via S1 para o Eixo Rodoviário Sul.

» Onde estacionar
— Setores de Autarquia Sul e Norte.
— Setores Bancário Sul e Norte.
— Setores de diversão Sul e Norte.
— Plataforma superior da Rodoviária de Brasília.
— Shoppings Conjunto Nacional e Conic.
— Estádio Nacional de Brasília e Ginásio Nilson Nelson.
— Pessoas com Necessidades Especiais (PNE) poderão parar os carros no estacionamento do Teatro Nacional. A credencial emitida pelo órgão de trânsito deverá ser apresentada.

» Eixão do Lazer
— No dia 1º de janeiro, não haverá o Eixão do Lazer, porque o trânsito de veículos será permitido nos Eixos Norte e Sul.

 

 

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