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Radegundis Feitosa é homenageado na EMB

Arquivo Geral

17/01/2011 7h00

 

A programação desta segunda-feira (17), do 33º Curso Internacional de Verão da Escola de Música de Brasília (Civebra), irá ser dedicada para uma homenagem póstuma ao trombonista Radegundis Nunes Feitosa. Radegundis faleceu aos 41 anos de idade,  no mês de julho do ano passado, em decorrência de um acidente automobilístico na cidade onde nasceu, em Itaporanga (PB). O músico era considerado uma referência mundial na utilização do instrumento musical. 

 

Durante as dez últimas edições do Civebra, a presença do músico foi constante. Nas apresentações da segunda-feira os alunos, professores e convidados irão dedicar os trabalhos em memória do trombonista.

 

Foram convidados para participar da homenagem o filho do músico e trompetista, Radegundis Filho, que veio a Brasília para lembrar o trabalho do pai e lançar um CD ao lado do tio no Civebra, e o irmão do homenageado e professor de Oboé, José Medeiros, mais conhecido como Bobó. Além dos dois, foi convidados também outros familiares e o Maestro Duda, um dos maiores divulgadores e incentivadores das obras do compositor, que infelizmente não comparecerá no evento.

 

Residente em Recife (PE), Maestro Duda, de 75 anos, não vai poder participar da iniciativa devido aos problemas de saúde decorrentes da idade avançada, mas nem por isso ele deixa de prestar as devidas homenagens ao companheiro de longos anos. “A perda de Radegundis é um vazio enorme para a música erudita, principalmente no que diz respeito à família dos instrumentos metálicos. Nós dois tínhamos muita afinidade musical e acredito que sua obra seja uma das maiores contribuições para a música mundial. Não terei como me deslocar para Brasília mas acho muito importante esta iniciativa para o resgate da história e obra deste grande músico brasileiro”.

 

Maestro Duda lembra que a parceria rendeu ótimos trabalhos a partir de situações inusitadas. “Uma vez há 27 anos, ele compôs uma música em homenagem ao nascimento da minha neta Gisele, sendo um grande sucesso em todas as minhas apresentações. Eu escrevi diversos concertos e músicas de trombone e trompete para Radegundis. Aqui em Pernambuco foi um choque enorme a notícia de sua morte e deverá ser homenageado também no carnaval deste ano em Recife, além disso, sua obra também deve ser declarada como um patrimônio cultural do estado”, antecipa.

 

O irmão de Radegundis, José Medeiros (Bobó), comenta que será uma grande honra poder homenagear o irmão. “A iniciativa da direção da Escola de Música de Brasília justifica a importância de Radegundis para a música erudita. As músicas compostas por ele são consideradas obras clássicas deste gênero musical. A homenagem póstuma valoriza muitta a história e a obra do primeiro doutor em trombone das Américas”.

 

Bobó lembra que por onde o músico passava ele cativava as pessoas. “A presença dele era um motivo de inspiração. A falta dele causa impacto na música e deixa um enorme buraco que deve demorar para ser preenchido. Nesta 33ª edição do Civebra, a organização não conseguiu nenhum outro professor com o mesmo gabarito de Radegundis e tiveram que colocar um professor francês para substituí-lo. Como sua morte foi recente todos os projetos idealizados por ele estão parados”. Ainda segundo Bobó, entre os familiares e amigos, a falta de Radegundis é motivo de incentivo. “Apesar de sua ausência, nós (familiares) estamos tentando reativar os trabalhos dele. Na Paraíba a figura dele desponta como um ícone da cultura local. Eu penso que isso virou uma oportunidade para que mais pesoas possam conhecer a obra do músico”, justifica.

 

Radegundis Feitosa era doutor em trombone performance pela The Catholic University of America, de Washington (EUA), Mestre pela The Juilliard School, de New York (EUA) e Bacharel pela Universidade Federal da Paraíba. Atualmente desenvolvia atividades no Departamento de Música da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), e foi o presidente e fundador da Associação Brasileira de Trombonistas e tocava na Orquestra Sinfônica da Paraíba.

 

tragédia

Radegundis Feitosa e mais três músicos morreram em um acidente no início de julho de 2010, na região de Itaporanga e Piancó, no sertão paraibano. O veículo em que os músicos estavam sofreu um capotamento e explodiu.

 

Além de Radegundis Feitosa, também morreram os músicos Ademilton França, Roberto Ângelo Sabino e Luiz Benedito. Os ocupantes do carro ficaram presos nas ferragens e morreram carbonizados no interior do veículo.

 

Os músicos estavam a caminho de Itaporanga, onde eles se apresentariam durante as comemorações de aniversário da Paróquia da cidade. Radegundis era o motorista no momento do acidente.

 

 

Homenagem a Radegundis Feitosa – Nesta segunda-feira (17), às 21h, na Escola de Música de Brasília (602 Sul, projeção D). Informações: 3901-7688. Entrada franca e classificação livre.

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