Eric Zambon
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Dois elefantes estão no estádio Mané Garrincha, que, a partir das 21h30, receberá o show de Roger Waters. Um deles é a própria arena, cuja existência só é justificada pela realização de eventos como este, e o outro é o tema político. Em Brasília, o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) recebeu 58% dos votos válidos no primeiro turno e o músico britânico já o chamou de neofascista nas duas apresentações feitas em 9 e 10 de outubro, em São Paulo.

“Quem conhece o Pink Floyd e o Roger Waters sabe do engajamento político, pela questão de ele ter pedido um pai e um avô um em cada guerra e super natural neste momento”, lembra o servidor público Alessandro Campos, de 47 anos. “Para quem não o conhece, talvez se manifeste de forma errada”, repreende, em alusão às vaias sofridas por Waters nas apresentações em solo paulista. Ele foi ao show ao lado da mulher, a também servidora Aline Slavan, de 41 anos.

Mesmo favorável às manifestações políticas do britânico, ele se mostrou um pouco desgostoso com o posicionamento do ídolo durante a turnês brasileira. “Eu preferia que se esquecessem da política e ficassem só no rock n roll”, desabafou.

Waters é conhecido por emitir opiniões em suas performances e, muitas vezes, fora delas. Em 2015, por exemplo, fez um apelo para que Caetano Veloso não se apresentasse em Israel, por ser um ferrenho defensor do estado da Palestina. A administradora de empresas Paula Oliveira e Silva, 32 anos, recriminou esse tipo de postura do ex-baixista do Pink Floyd e ainda criticou o ponto de vista dele.

“Eu acho que ele não tem conhecimento profundo para vir dar pitaco”, reclama a moça. Seu amigo Gustavo Rodrigues, 39 anos, também administrador de empresas, concorda. “Ele devia vir e dar o recado dele como músico. Não sei se para uma mensagem de política este é o ambiente mais adequado”, concluiu.