Menu
Viva

Os pincéis sem fronteiras de Lucio Piantino

Arquivo Geral

21/01/2015 7h30

Clara Camarano
Especial para o Jornal de Brasília

O talento vem do berço e ganha contornos por meios dos pincéis ágeis de Lucio Piantino, de apenas 19 anos de idade. Filho da artista plástica Lurdinha Danezy, o jovem pintor brasiliense herdou da mãe o gosto pela arte, e  também à força de superação. Portador de síndrome de Down, Lucio mostra que o preconceito não tem vez: pintor profissional desde os 13 anos, o jovem de sorriso doce contabiliza dez mostras individuais na capital federal. Comemora, agora, sua mais nova façanha. Cerca de dez telas abstratas pintadas por ele estão expostas na Itália até o fim deste mês.

Piantino foi chamado para expor na Galleria Nazionale Dell’ Umbria, importante museu de arte de Perúgia, na Itália. O convite foi um mérito do seu talento nato, e também do incentivo da mãe. “Ele chegou a sofrer preconceito na escola. Foi quando resolvi levá-lo para dentro do ateliê que temos em casa, no Paranoá. Desde um ano de idade, ele já rabiscava. Quando o vi pintando, percebi que, de fato, tinha jeito”, conta, feliz, Lurdinha.

Outras Conquistas

Os quadros de Piantino ganharam luz no programa do Faustão no ano passado. Outra grande mostra comandada pelo artista foi De Arteiro a Artista – A Saga de Um Menino Com Síndrome de Down. Patrocinada pelo Fundo de Apoio à Cultura (FAC), a exposição tomou conta do mezanino do Teatro Nacional em 2012.

Lá, 20 quadros com as pinceladas  expressionistas de Lucio encantaram os brasilienses. O FAC também bancou, na época, um curta-metragem sobre sua história de vida. Dirigido por Rodrigo Paglieri, o filme conta com retratos de sua infância, sua trajetória e seus pincéis.

O jovem prodígio, que tem mais de 200 telas pintadas, passou também a expor suas telas na tradicional Feira da Torre, onde o superintendente da galeria italiana, Fábio de Chirico, descobriu o artista. “A moça que vende as obras do Lucio mostrou a ele o catálogo com vários quadros. O superintendente ficou ainda mais  encantado quando soube que Lucio tinha síndrome de Down”, relata a mãe do artista plástico.

A exposição italiana, de nome Polimatérico, recebeu os dois – mãe e filho – entre os dias primeiro e quatro de dezembro de 2014. As dez telas de Piantino seguem em cartaz até o fim de janeiro. O convite para expor veio junto com uma oferta para dar workshops para outros meninos portadores de necessidades especiais. “Gostei muito da experiência. Pintei telas na hora e os 15 alunos que participaram (do workshop) também pintaram”, diz o artista, orgulhoso.

 

Brasilidade

Dentre as obras expostas na Itália estão É o Tchan, Marisa Monte, King Kong, Charlie Brown, dentre outras. “Ele gosta de colocar o nome dos artistas preferidos em suas obras. E tudo tem uma relação. A É o Tchan, por exemplo, tem uma cor bem brasileira. São tonalidades do verde e amarelo. Já King Kong tem um jogo com o vermelho”, frisa Lurdinha.

Quem quiser conferir um pouco mais sobre as obras de Lucio Piantino ou entrar em contato com o artista, pode visitar seu blog: luciopiantino.blospot.com.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado