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O criativo jogo entre palavras e artes plásticas de Walter Silveira

Arquivo Geral

15/09/2014 8h51

As fronteiras entre as letras, a literatura e as artes visuais tornam-se tão tênues quanto suas obras. São quase quatro décadas de dedicação às experimentações artísticas plásticas, exploradas em todas as suas vertentes. O paulista Walter Silveira pertence à geração de jovens que revolucionou a pintura e o conceito de arte, em 1970. 

Com uma linguagem contemporânea, o artista vale-se da mistura de recursos diversos como serigrafias, objetos, grafites, instalações, vídeos, esculturas e das próprias pinturas para chegar a sua obra final. Um trabalho poético que ressalta os poemas autorais, transformados com requinte em um conceito considerado vanguardista até para o século 21. 

Cerca de 30 trabalhos de Walter poderão ser conferidos na mostra Blackberry – Palavra e Imagem de Walter Silveira, em cartaz a partir de amanhã na Caixa Cultural (Setor Bancário Sul).

Blackberry é, nada mais, nada menos, que o codinome que o artista assumiu ainda no início de sua carreira. Afinal, Blackberry, traduzido do inglês para o português, significa Silveira.

Formas e letras

Na exposição, o vasto legado que  Brackberry criou fica exposto, de “N” maneiras. Apesar da diversidade presente nos inúmeros suportes e meios de expressão, um ponto em comum se sobressai nas obras de Silveira: os trabalhos sempre envolvem as letras, com suas formas. Mensagens objetivas e subliminares, que saltam do suporte para o olhar e interpretação particular de cada espectador.

Muito além da função literária

No jogo entre literatura-artes plásticas,  ele brinca com os próprios poemas, fixados em quadros, esculturas e instalações que exaltam o signo da palavra, para além da sua função literária. “Acredito no poder das letras. De criar um significado maior. Elas saem do sentido único para a extensão de um outro, aquém do óbvio”, explica Walter Silveira.

Esse novo sentido é perceptível  em poemas como Banheiro Público e Handmade, enquadrados em quadros. Além de poder visualizar o rico trabalho do artista, quem passar pela noite de abertura amanhã, a partir das 19h, poderá conferir performances e citações de versos  feitos pelo próprio Walter, na companhia do músico Cid Campos. “Vou cantar alguns dos meus poemas  como O Dodói da Dendeca e Eu Sem Você. Gosto de tom de humor que eles representam. Dá para brincar recitando, desenhando, cantando, pintando”, pontua.

 

“São 40 anos de carreira e muitos trabalhos. Walter fala das palavras de forma subjetiva, objetiva, recita, escreve. Como era difícil fazer uma seleção das suas inúmeras obras, priorizei por seus poemas mais curtos e rápidos, que têm um quê sarcástico. Eles falam dentro das instalações”, explica o curador de Daniel Rangel.

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