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Morre Jerry Lewis, chamado de “Rei da Comédia”, aos 91 anos

Arquivo Geral

21/08/2017 6h30

Atualizada 20/08/2017 20h54

REUTERS/Regis Duvignau

Jerry Lewis, um dos comediantes mais famosos da cultura pop, morreu na manhã de ontem, em sua casa em Las Vegas, aos 91 anos. Um anúncio da família de Lewis em seu Twitter particular dizia que o “Lendário Jerry Lewis morreu de causas naturais” e com “a família ao seu lado”.

Lewis tornou-se o maior comediante do showbusiness durante os anos 50, numa parceria de sucesso com o ator e cantor Dean Martin, com quem fez diversos longas, como O Meninão (1955) e Farra dos Malandros (1954). Mesmo com a dupla separada, Lewis protagonizou sucessos e dominou os cinemas nos próximos anos com O Mensageiro Trapalhão (1960) e O Mocinho Encrenqueiro (1961).

O ator gostava dos personagens duplos (ou múltiplos), e nada poderia ser mais adequado a esse gosto do que interpretar Dr. Jekyll e Mr. Hyde. Ou, em versão comédia, o professor Kelp e Buddy Love em O Professor Aloprado (1963). Um é químico genial, feio e desajeitado que inventa um jeito de se transformar num galã. Na obra, foi diretor e ator. Abordava-se ali o drama de ser humano, de crescer, de falhar que é posto em evidência – é o que o torna mais que um fenômeno passageiro.

Seu humor mais físico foi menosprezado no início entre os colegas americanos, mas o público ia em massa ver os trabalhos do comediante. Ganhou mais prestígio, ironicamente, na Europa, ao ser premiado na França, Itália, Bélgica e Espanha, e ser citado como gênio por diretores de vanguarda na época, como Francois Truffaut e Jean-Luc Godard.

Lewis já havia passado por problemas de saúde ao longo dos anos, antes de sua semi-aposentadoria, em Las Vegas. Passou por uma cirurgia no coração em 1983 e outra para tratamento de um câncer, em 1992. Passou por uma reabilitação, em 2003, para se curar do vício em drogas legais, teve um ataque do coração em 2006 e possuía fibrose pulmonar, uma doença respiratória crônica que exigia remédios poderosos para ser controlada.

Além de ter dirigido vários dos seus sucessos cômicos, ter sido indicado o Nobel da Paz de 1977 pelos seus esforços por trás do Telethon, programa pioneiro na arrecadação de recursos via televisão, Lewis também queria o Oscar que apresentou em duas ocasiões (1957 e 1959), mas que nunca venceu como ator ou diretor.

Era seu objetivo com o controverso The Day the Clown Cried, que fez em 1972 achando que “a Academia não poderá ignorar esse filme”. Na trama, um palhaço tenta ajudar prisioneiros de um campo de concentração ao replicar um espetáculo circense.

Insatisfeito com o resultado, engavetou a obra “vergonhosa”. Uma cópia foi doada para a Biblioteca do Congresso Americano, que poderá divulgá-la a partir de 2024.

Saiba mais
Em 2013, Jerry Lewis fez uma participação na comédia Até que a Sorte Nos Separe 2, dirigida por Roberto Santucci, que estreou no maior número de salas da história do cinema brasileiro até então. Para acertar a participação dele, os produtores do filme entraram em contato com uma de suas noras, que é brasileira.

No filme, Lewis interpreta o carregador de malas do hotel em Las Vegas em que se hospeda o milionário vivido pelo protagonista Leandro Hassum. O papel é uma homenagem ao célebre personagem de Jerry Lewis no filme O Mensageiro Trapalhão (1960), escrito, produzido, dirigido e protagonizado por ele.

A ideia de trazer Lewis ao filme teve dedo de Marcius Melhem, parceiro de Hassum. “O que ele fazia com Dean Martin influenciou muito o que eu e Leandro Hassum fizemos”, disse Melhem.

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