A história do escritor Arisson Tavares da Silva, de 24 anos, sempre foi cheia de fatos inusitados. Blogueiro desde 2004 e autor do livro Evolução Decrescente, ele passou por várias adversidades que, apesar de não parecerem tão inspiradoras, deram vida à sua segunda obra humorística: No vermelho. “O livro foi escrito em um período complexo da minha carreira. Meu pagamento do estágio ia todo para pagar a mensalidade da faculdade e minha mãe foi diagnosticada com câncer de mama. Enfim, me senti no fundo do poço e cansado, mas permaneci de pé e isso é visível no livro”, conta o escritor brasiliense.
Publicado pelo selo Novos Talentos da Literatura Brasileira, que pertence ao grupo editorial Novo Século, a obra apresenta uma coletânea de crônicas bem humoradas que retratam temas diversos, como futebol, velhice, pichação, dieta, horário político, engarrafamento, relacionamentos, fumo e até mesmo o capitalismo. “Queria mostrar que é possível rir de temas negativos. Ter outro olhar diante das crises”, revela Arisson.
A divertida leitura apresenta ao leitor um texto coeso, leve, envolvente e a garantia de boas risadas. Já em suas primeiras páginas, surge uma explicação do nome do livro:
“Estar no vermelho não é considerado doença, mas pode trazer complicações para o portador desse mal. A falta de dinheiro, por exemplo, pode causar perda de apetite. Você entra no restaurante self-service, morto de fome, mas come apenas uma saladinha para economizar. Outro problema causado pelo clímax
dessa anomalia socioeconômica é a indisposição. Um amigo pode até te chamar para um show da sua banda favorita que não haverá motivação para sair.
Um dos sintomas mais comuns nesse caso são as bochechas avermelhadas. Você está no meio de um almoço em família na sua casa e seu sobrinho de sete anos te lança aquela pergunta que dedetiza o ar com fraternicida:
– Tio, você está namorando?”