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Artistas de diversas áreas provam que não há padrão de beleza para o sucesso

Arquivo Geral

12/02/2016 7h00

Raquel Martins Ribeiro

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Quem disse que o talento se mede com uma fita métrica ou por pontos na balança? Esse é o questionamento que a ala feminina tem colocado em pauta. Cantoras, atrizes e até modelos decretaram guerra ao padrão “magro” de beleza, e seguem suas carreiras sem ter a estética como principal preocupação.

Em 2014, as atrizes globais Fabiana Karla, Cacau Protásio, Mariana Xavier e Simone Gutierrez protagonizaram um ensaio fotográfico na praia, de biquíni, para mostrar que todo mundo tem o direito de exibir os seus corpos no verão. Na época, Fabiana chegou a defender a campanha nas redes sociais. “Não somos nós que temos que estar gostosas para o verão. É o verão que tem que ser gostoso para a gente. Saúde, sim. Neurose, não. A tendência dessa estação é o amor-próprio”, pediu.

Polêmica na rede social

Famosa por não ter vergonha de exibir suas curvas durante seus shows, a cantora Preta Gil, que se apresenta em Brasília amanhã no estacionamento do Ginásio Nilson Nelson (Eixo Monumental), foi duramente criticada na internet após postar uma foto sua em cima do palco, de roupa justa, na estreia do Bloco da Preta 2016, no Rio, no mês passado.

Preta recebeu inúmeras ofensas relacionadas ao seu corpo, mas não deixou por menos. “Não quero e não vou acreditar que as redes sociais sejam o esgoto do mundo, pois o que recebo de positividade também é tremendo, mas eu fico chocada com a possibilidade do ser humano ser tão preconceituoso e, principalmente, ter valores tão deturpados”, desabafou. No show de amanhã, que faz parte do Carnaval da Boa, ela vai cantar pop, axé, sertanejo, funk, pagode e samba.

Para a cantora Gaby Amarantos, a situação vivida por Preta Gil mostra como ainda é urgente combater o que a paraense chama de “cultura da irrealidade”. “Estava conversando com Preta sobre isso e disse a ela que mulheres como nós, e como tantas outras brasileiras que são lindas pelo que são, precisam se aceitar”, opina Amarantos.

A artista explica que ela também precisou lidar com a discriminação contra as suas curvas, no início da carreira. “Quando comecei a cantar, estava bem mais acima do peso. Na época, as bandas não queriam me aceitar como vocalista por causa do meu corpo”, relembra. Mas a musa do tecnobrega decidiu não desistir e lutar por seu espaço. “Acreditei no meu trabalho e, principalmente, no fato de que o meu corpo não influencia no meu talento, e comecei a me sentir poderosa”, completa.

Comédia, drama e muita autoestima

Cacau Protásio ficou conhecida em todo Brasil após integrar o elenco da novela global Avenida Brasil, em 2012. Sua personagem, a empregada Zezé, conquistou de vez os telespectadores, depois da cena em que ela aparece dançando e cantando pela sala. “Antigamente a maioria dos trabalhos oferecidos a pessoas gordas ficavam restritos ao universo da comédia. Mas tivemos agora a (atriz de Hollywood) Viola Davis fazendo um drama belíssimo em Vidas Cruzadas bem mais gordinha. É óbvio que o preconceito existe, mas tenho fé que um dia isso irá acabar”, afirma Cacau.

Casada recentemente, hoje a atriz também é vista como exemplo  quando se fala de aceitação e exaltação da autoestima de mulheres acima do peso. “Eu já estou com 40 anos, e mulheres sempre têm momentos de insegurança. Mas graças a Deus minha autoestima ainda não me desapontou”, garante. Protásio conta que foi uma boa surpresa perceber que podia ajudar as fãs com o mesmo biotipo que o seu. “Eu fico muito feliz em saber que posso ajudar muitas mulheres, e ser ajudada também”.

Ponto de vista

Para a brasileira Flúvia Lacerda, uma das modelos plus size mais famosas do mundo, seu trabalho e sua militância social contra o preconceito são tão conectados que é impossível  separar uma coisa da outra. “Para mim, o lado social é a parte mais importante do meu trabalho. Fazer mulheres acreditarem que não há nada de errado com elas é o que mais me motiva”, afirma Flúvia.

Segundo a topmodel, as mulheres são vítimas de um massacre mental para alcançar medidas que não refletem a realidade da maioria. “É um padrão irreal e inalcançável. As mulheres devem questionar esse padrão e aprender a reverter a forma como lidam com ele. O histórico da mulher no mundo é muito duro, mas ser mulher e gorda não deve ser visto como um sofrimento”, opina a modelo.

Serviço

Bloco da Preta –  Amanhã, a partir das 15h. No estacionamento do Ginásio Nilson Nelson (Eixo Monumental). Ingressos: Camarote masculino – R$ 80. Camarote feminino – R$ 60. Valores referentes à meia-entrada e sujeitos a alteração sem aviso prévio. Entrada franca para a área do bloquinho. Os ingressos são exclusivos para cadastrados no site medleyproducoes.com.br. Informações: 9878.4883. Não recomendado para menores de 18 anos.

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