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Profissão DJ: mais do que apertar botões

Arquivo Geral

24/11/2015 6h00

Raquel Martins Ribeiro

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O cenário musical vai de vento em popa para os DJs. Apenas neste ano, a música eletrônica movimentou US$ 274 milhões, de acordo com a recente lista divulgada pela revista norte-americana Forbes, que cita os DJs mais bem pagos do mundo em 2015. No ranking, encabeçado por Calvin Harris, que faturou sozinho a bagatela de US$ 66 milhões, não consta nenhum brasileiro. Ainda assim, nomes como Gui Boratto, a dupla Tropkillaz e o brasiliense Alok, considerado o DJ número 1 do País, pela revista especializada House Mag,  estão em plena ascensão, discotecando em festas mundo afora.

Toda essa notoriedade faz com que, a cada dia, aumente o número de pessoas que sonham em seguir essa carreira e abocanhar uma fatia do filão. Uma ótima notícia para Ronaldo Holanda, disc jockey desde 1990, e que, desde 1999, se dedica também a ensinar novos profissionais em sua escola, a ProoDeejay, localizada no Sudoeste.

“Sou procurado por todo tipo de pessoa, dos que sonham em se tornar um novo astro aos que só querem aprender a profissão por hobby”, conta.

Vinil ou digital?

Apesar de alguns DJs torcerem o nariz para muitas celebridades que resolvem adotar a profissão, Ronaldo vê isso com um olhar positivo. “Acredito que, de alguma maneira, eles estão dando visibilidade para quem é de verdade”, acredita. O professor também questiona as críticas feitas a quem não sabe manusear o toca discos.

“Nesses 25 anos, eu peguei em todas as ferramentas. Sou apaixonado pelo vinil, mas acho que a tecnologia veio para ajudar. Hoje, o DJ monta a música toda na hora se quiser”, considera o professor.

Contudo, Holanda garante que qualquer pessoa pode controlar as picapes. “Desde que tenha vontade e saiba que terá que se tornar um grande pesquisador musical. Recentemente, tive um aluno de 65 anos – o que prova que nem a idade é um verdadeiro impedimento”, ressalta o empresário, que garante já ter formado mais de dois mil DJs em sua escola.

Festas são a porta para os holofotes

Brasília é recheada de festas que servem como holofote para os profissionais. Para fazer um evento bombar, basta  convidar os DJs das festas Melanina, Criolina ou Stage, por exemplo. Não é exagero dizer que o público segue nomes como os DJs A, Chicco Aquino, Chokolaty e Montana, entre outros, mais que os eventos.

Um exemplo bem-sucedido é o de Hugo Drop, que começou tocando nos intervalos de shows de reggae produzido por amigos. Hoje ele é dono da sua própria marca, a Drop it Like it’s Hot, um dos maiores eventos de trap do Centro-Oeste. “Tive ajuda de produtores renomados no começo. Eram meus amigos pessoais e me botavam para tocar só pela diversão. Até que comecei a tocar em festas e shows maiores”, relembra.

Novos ares

Drop já passou por vários eventos internacionais de ragga e reggae, chegando a tocar com o grupo britânico Steel Pulse, os cantores de reggae Alpha Blondy e Julian Marley, além das bandas Groundation, The Waillers, Sublime, entre outras. Em 2008, no entanto, ele resolveu deixar o reggae para se dedicar a ritmos como o hip hop e rap. “É essencial estudar e pesquisar sobre o estilo escolhido para tocar. Tem que estar atualizado sempre”, aconselha.

Melhor do Brasil por três vezes

A DJ Thascya nem imaginava onde chegaria quando fez um curso de disc jockey em 2008. “Na época, quase não existia mulher DJ. Tudo rolou muito naturalmente. Quando percebi, já estava levando isso como profissão”, conta a mineira. De lá para cá, Thascya foi eleita a melhor DJ do Brasil por três vezes consecutivas. Dividiu o palco com nomes como David Guetta, Calvin Harris, Hardwell e Markus Schulz. Além de abrir pista para Fatboy Slim, Bob Sinclar, Beyoncé, Pitbull e Ne-yo.

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