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Tradicional praça de alimentação, no Cine Brasília, será gourmetizada

Arquivo Geral

02/09/2015 6h00

Raquel Martins Ribeiro

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Ponto de encontro para cinéfilos, diretores, cineastas e atores que prestigiam a Mostra Competitiva do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, a praça de alimentação, montada no Cine Brasília (106/107 Norte), foi sempre uma atração à parte. Este ano, porém, mudanças na organização do espaço geram desconforto e indignação em alguns empresários que, desta vez, ficaram de fora da 48ª edição do festival.

Diferentemente dos anos anteriores, em que a organização do FBCB se responsabilizava por toda a estrutura da praça, o espaço foi cedido para os realizadores da festa de rua local Quitutes BSB. Para a empresária Jul Pagul, proprietária do Balaio Café (201 Norte), a escolha dos produtores não foi feita de maneira transparente, o que prejudicou outros estabelecimentos. “Há nove anos nós participamos do festival. Mudaram as regras sem dialogar conosco”, ressalta Pagul.

Segundo a empresária, como uma área pública, o espaço não está sendo gerido da maneira correta.

“É muito estranho o governo não abrir um chamamento. Porque monopolizar a área pública? Porque não dar oportunidade a todos? Essa gestão vai atropelando a cultura”, questiona.

Para ela, os altos preços que estão sendo praticados no aluguel dos estandes tiram a característica democrática do festival. “Se antes nós pagávamos cerca de R$ 1 mil por todos os dias, agora são R$ 3 mil. Além disso, nem todos poderão vender bebidas. Apenas o estande do próprio organizador. Gourmetizaram a praça e isso é perigoso”.

Baixo orçamento

De acordo com Sérgio Fidalgo, coordenador do Festival de Brasília, passar o espaço para ser gerido por empreendedores culturais locais foi a única solução para que se mantivesse a praça de alimentação. “Nós já tínhamos decidido por não fazer a praça, quando recebemos a proposta do Quitutes. Eles arcam com as despesas de estrutura e levam para a área essa feira gastronômica que já é popular no DF”, diz. E completa: “Com o contingenciamento de recursos, nós tivemos que cortar vários gastos para nos voltar ao que realmente interessa”.

Caráter democrático e preços justos

Para o produtor cultural Miguel Galvão que – junto aos idealizadores da Quitutes BSB – ganhou a concessão para ocupação do espaço, o caráter democrático não está sendo prejudicado e os preços são justos. “Este ano não tem dinheiro público bancando a praça, isso faz com que encareça mesmo. Mas isso não significa que não seja democrático. Nós abrimos para quem quisesse participar”, considera.

“Acho que essa reclamação é pontual. Alguns (restaurantes) desta edição, inclusive, participaram anteriormente, como é o caso do Colorbar”, adianta Miguel. Ao todo serão oito restaurantes e quatro food trucks. Entre os nomes estão os restaurantes El Manfredo, Godofredo, C’Este Lá Vie e Risotti D’oro, este último venderá refeições ao preço de R$ 20.

A cada dia de programação, projetos culturais alternativos como o Cineme-se se revezarão no lounge do Cine Brasília.

Serviço:

48º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro –   De  15 a 22 de setembro. No Cine Brasília (106/107 Sul) e Cine Cultura Liberty Mall (Setor Comercial Norte). Mostra Competitiva – Ingressos: R$ 6 (meia-entrada) . Mostra Brasília – Entrada franca. Mostra Competitiva será exibida gratuitamente nos teatros Newton Rossi (Sesc Ceilândia), Paulo Autran (Sesc Taguatinga) e Paulo Gracindo (Sesc Gama). Informações: 3244-1660. Classificação indicativa varia de acordo com o filme.

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