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Corrente do Mal traz terror original e intrigante

Arquivo Geral

27/08/2015 7h00

Michel Toronaga

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O que te assusta? Fantasmas? Doenças sexualmente transmissíveis? Maldições? Ou quem sabe tudo isso ao mesmo tempo? Apesar do título brasileiro ser bem comum, Corrente do Mal, que estreia hoje nos cinemas, é um filme de terror original e intrigante. Escrito e dirigido por David Robert Mitchell, o longa-metragem é um excelente exercício de como o medo pode ser sentido de uma forma mais psicológica do que propriamente gráfica.

Jay Height (Maika Monroe, de Refém da Paixão) é uma adolescente que, após uma noite de sexo, descobre que está sendo perseguida por alguma coisa. Algo sobrenatural, que pode ter a forma de qualquer pessoa. Junto com a irmã e amigos de infância, ela tenta – assim como o público – entender o que está acontecendo e como se livrar do encosto.

Com um visual repleto de referências retrôs –  dos figurinos à direção de arte – , a narrativa se passa nos subúrbios de Detroit, nos Estados Unidos. O suspense, conduzido de forma exepcional, cria cenas agoniantes em sequências simples, porém eficientes. O perigo pode aparecer em qualquer lugar, a qualquer hora. A tensão culmina em momentos realmente aterrorizantes e surpreeendentes.

Enigma

O fato da trama ser enigmática aumenta ainda mais a sensação de desconforto e paranoia que envolve os personagens. E quanto menos se sabe do roteiro, melhor. Entre os destaques da produção está a ousada trilha sonora, formada por sons eletrônicos meio psicodélicos que funcionam muito bem tanto nos momentos de calmaria quanto nos de pavor.

Independente e original

Os jovens do elenco também não desapontam. Exibido em Cannes no ano passado, Corrente do Mal passou por Sundance e por outros festivais de cinema, e recebeu oito prêmios. Não é para tanto, num gênero que se repete e que é difícil encontrar exemplares criativos, o filme de Mitchell prova que é possível criar algo bom de forma independente.

O casamento do terror com uma produção de arte, entretanto, pode não funcionar para todos. O longa não se preocupa em assustar o tempo inteiro. É um filme de autor, onde a narrativa e o ritmo não seguem  o padrão comercial.

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