Ao chegar em Brasília, em 1995, Hosana Bezerra notou que a modernidade arquitetônica da cidade era sua inspiração. Mesmo sabendo que tinha uma afinidade com as artes desde pequeno, sua paixão ganhou intensidade ao chegar na capital. “A arte eu descobri aqui, com o Congresso Nacional, as tesourinhas, as cúpulas e a própria forma simétrica da cidade”, revela.
O artista é autodidata e usa como técnica a tinta acrílica sob tela. Com réguas e compassos, suas obras muitas vezes são classificadas como geométricas e abstratas. “Não sabia nem o que eu pintava. Não sabia se era realista ou contemporânea, surrealista, apenas pintava”, enfatiza. O artista começa com croquis e depois passa sua ideia para a tela. Quando pinta, imagina obras de Athos Bulcão e Rubem Valentim.
Colorido
As cores das pinturas são baseadas nas tonalidades vibrantes e estonteantes de Recife, sua cidade natal. Nas obras feitas a mão, há harmonia das cores e formas, que lembram o trabalho de Romero Britto. “Eu pinto formas geométricas, ele pinta figuras”, diferencia.
Em uma de suas pinturas, Colchas de Retalhos, Hosana expressa que Brasília é um mosaico de nacionalidades. “Muitas pessoas não são daqui, todos se misturam. Mineiros, paulistas, cariocas, nordestinos, entre outros”, diz.
Geometria das Cores, sua primeira obra, foi feita em 2002 sob papelão. E virou uma série de telas, lançada no Espaço do Servidor da Câmara dos Deputados (Esplanada dos Ministérios). Seu primeiro mérito internacional foi o concurso da Still Point Gallery, quando foi um dos finalistas.
Desde que seu trabalho ganhou notoriedade, em 2007, com sua quinta exposição no corredor de acesso do Plenário da Câmara dos Deputados, o artista não parou. A mostra chamada Geometria das Cores II vendeu todos os quadros expostos. Recentemente, ele foi financiado pelo Fundo de Apoio à Cultura (FAC). “Foi o reconhecimento com o meu trabalho. Sou eu quem representa melhor Brasília”, acredita.
