Munidos de instrumentos de percussão e apitos, artistas cantavam, ontem, em defesa do Fundo de Apoio à Cultura, supostamente ameaçado pela crise financeira enfrentada pelo DF. Representantes do movimento cultural de Brasília foram ao Palácio do Buriti protestar contra às intenções do governo de utilizar recursos dos fundos distritais para salários de servidores. Entre essas fontes, o FAC. Além disso, têm outro motivo para a preocupação dos artistas – a falta de pagamento. Existem casos em que os pagamentos foram suspensos há oito meses.
O Fórum de Cultura foi recebido pelo governador Rodrigo Rollemberg (PSB), que prometeu um cronograma de pagamentos de atrasados e a publicação de novos editais.
Cerca de 2,5 mil artistas teriam ficado sem pagamento no ano passado. A dívida chega a R$ 5,7 milhões, entre cachês, convênios e estruturas para eventos já realizados. Existem casos de cantores que não receberam os pagamentos referentes a grandes festivais com apoio do GDF.
Questão emergencial
O maestro Rênio Quintas, coordenador do Fórum de Cultura, firmou o compromisso de que as questões serão sanadas e que os recursos do fundo serão mantidos. “O governador nos garantiu que se trata de uma questão emergencial e que ele tem interesse em cumprir o que está estabelecido. Ele se mostrou sensibilizado e interessado em preservar o FAC como política de Estado, além de preservar os artistas como alma da nossa cidade”, disse.
O Buriti anunciou, na semana passada, que a falta de recursos ameaçaria o pagamento de servidores no mês de março. Para isso, seriam remanejados recursos de mais de 25 fundos distritais.
Cronograma do repasse
A Secretaria de Cultura garantiu que haverá pagamento aos projetos do ano passado, ainda não honrados, além da abertura de novos editais a partir de julho.
Os recursos do Fundo de Apoio à Cultura serão liberados em blocos. Em março, R$ 10 milhões serão disponibilizados para o pagamento de 11 editais, que incluem 121 projetos. Depois disso, haverá liberações em maio e junho, de R$ 14,5 milhões e de R$ 17 milhões, respectivamente. Os dois últimos repasses contemplarão mais de 250 projetos culturais.
O subsecretário de Incentivo à Cultura, Thiago Rocha Leandro, explica que está nos planos do governo a democratização ao acesso de recursos do fundo. Mas até que este processo seja concluído, a prioridade são os atrasados. ”Conseguimos dar passos claros, vislumbrando, nos próximos meses, um horizonte de como vai ser a situação do Fundo de Cultura”, garantiu.
