Raquel Martins Ribeiro
Especial para o Jornal de Brasília
A Secretaria de Cultura do Distrito Federal ainda tem dificuldades para sanar dívidas de 2014 do Fundo de Apoio à Cultura (FAC). Até o momento, segundo a Secretaria, nenhum dos 367 projetos selecionados foi pago, acumulando R$ 39,1 milhões em débitos.
Enquanto isso, artistas e agentes culturais da cidade estão desmotivados quando o assunto é buscar apoio do GDF. “Apesar de ser um instrumento fundamental, principalmente para o artista que está começando, a burocracia e a falta de pagamento acabam nos desestimulando”, afirma Marcelo Araújo, escritor que recebeu o incentivo do FAC pela primeira vez em 2008, para publicação da obra literária Não Abra Contos de Terror.
Apesar dos percalços, o financiamento público não traz apenas pontos negativos – como ressalta o escritor brasiliense.
“Não esperava ser selecionado e, quando aconteceu, me abriu muitas portas. Sem a ajuda do FAC, não teria nenhuma perspectiva”, conta o autor.
Projetos inacabados
Segundo Marcelo, além do prejuízo financeiro daqueles que se viram obrigados a pagar as despesas do próprio bolso, ainda há a frustração de quem está com projetos inacabados, à espera do dinheiro. “Brasília toda está um caos. É necessário que esses recursos sejam repassados o quanto antes”, conclui Marcelo, que agora opta por outros tipos de incentivo.
Segundo a assessoria da Secretaria de Cultura, uma parte do superávit fiscal do governo – R$ 10 milhões – já foi liberada para que se iniciem os pagamentos. Mas ainda não há datas estipuladas para conclusão do processo de quitação entre o ente público e seus credores.
