Matheus Garzon
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O futebol americano do Distrito Federal está a uma partida de fazer história. No domingo, o Tubarões do Cerrado entra em campo, no estádio Bezerrão, às 10h, para disputar a final da Conferência Centro-Oeste da Brasil Futebol Americano (BFA), principal campeonato da modalidade no País, contra o Sorriso Hornets (MT), e pode se tornar a primeira equipe brasiliense a conquistar um título desta magnitude no esporte da bola oval.

A presença na final da conferência não veio por acaso. O trabalho da comissão técnica, à frente do time desde 2016, é um dos principais motivos para a campanha invicta dos candangos na fase classificatória do torneio, ganhando os seis jogos que disputou e se destacando como o melhor ataque e a melhor defesa da chave.

O adversário da final é um velho conhecido do Tubarões. Os times se enfrentaram na última rodada da temporada regular e o resultado foi a vitória dos brasiliense (30 x 17), em Sorriso, no interior do Mato Grosso.

Toda a superioridade demonstrada ao longo do ano dá aos candangos o peso de assumir o favoritismo para a conquista do título no Centro-Oeste. E o técnico Fabrício Ataíde não foge dessa responsabilidade. “Realmente nós somos o time a ser batido, pois estamos mais bem ranqueados. Isso, no entanto, não muda absolutamente nada no nosso modo de encarar o jogo, com muita seriedade”, avisa.

Apesar da confiança, Fabrício Ataíde admite que a partida de domingo será muito mais difícil do que aquela realizada no mês passado. “Naquele jogo, o novo técnico deles tinha assumido há pouco tempo e eles já mostraram movimentos muito interessantes. Agora, com tempo para treinar, estamos esperando um time ainda mais acostumado com o playbook (livro de jogadas, em inglês)”, avalia.

Estádio
A má notícia para a partida decisiva da Conferência Centro-Oeste da BFA fica por conta do local do jogo. O problema dos estádios no Distrito Federal é antigo e, mesmo com um duelo tão importante para o futebol americano, não há laudo do Corpo de Bombeiros para a realização da final. Com isso, os ingressos estão sendo vendidos apenas por atletas-comissários, pelo valor de R$ 20.

Sem brecha para erros

Um dos destaques do Tubarões do Cerrado nesta temporada é o jovem quarterback, de apenas 20 anos, Lucas Tojal. Ele chegou em 2018 ao clube brasiliense após atuar a última temporada na reserva do Bulls Potiguares, do Rio Grande do Norte. “Apesar de não ter jogado tanto, aprendi muito com o Omar Kharroub, quarterback de lá e que foi o líder de passes para touchdowns no ano passado”, relembra.

Tojal diz que uma evolução tática tão grande, em tão pouco tempo, é resultado de um trabalho muito bem feito pela comissão técnica do time brasiliense. “Os treinadores sempre pegam muito no meu pé quando faço jogadas equivocadas. Mesmo quando acerto o passe, às vezes eu erro a leitura, então eles me chamam a atenção”.

No setor defensivo, o jogador Robson Daniel ressalta que o título seria importante para consolidar o trabalho e o futebol americano em Brasília. “Na cultura do esporte brasileiro, aquele que ganha é considerado bom. Por isso, vencer no domingo não significa apenas o título, mas o futuro do time. Continuar batendo na trave pode fazer com que o trabalho seja questionado. Esse será o jogo mais importante das nossas vidas”.

Saiba Mais

Caso o Tubarões do Cerrado vença a final deste domingo contra o Sorriso Hornets, o time brasiliense jogará a semifinal nacional da BFA contra o João Pessoa Espectros (JP).

O time paraibano é outro clube invicto na competição de futebol americano. No total, foram oito jogos, com 384 pontos marcados e apenas 55 sofridos.

A data da semifinal nacional será em 2 de dezembro e, apesar de ninguém do time falar sobre outro planejamento que não seja para o jogo contra o Sorriso, a ideia é levar esse possível encontro entre dois times invictos na competição para o estádio Mané Garrincha.