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Jovem do Itapoã de 17 anos vence argentino em sua estreia no tênis

Arquivo Geral

09/05/2018 19h59

Myke Sena.

Gabriel Lima
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Ser atleta profissional e entrar no ranking da Associação dos Tenistas Profissionais (ATP), entidade máxima do esporte, é o sonho de todo garoto que inicia a carreira no tênis. Para Paulo André Saraiva dos Santos, essa ambição se tornou realidade ainda aos 17 anos, ao vencer a primeira partida no Circuito Internacional de Tênis, disputado na capital.

Morador do Itapoã, o garoto vem de uma família humilde. Sua mãe é diarista, enquanto o pai trabalha como pedreiro. No início, ela não via esse envolvimento com bons olhos, pois achava que era um esporte de rico. Mas Paulo André tinha algo bem maior em mente do que simplesmente pegar uma raquete e acertar a bolinha amarela. “Desde o início, eu falei para minha mãe que queria ser alguém na vida e realizar os nossos sonhos”, diz o atleta.

Ele conheceu o tênis ainda criança, quando tinha apenas 12 anos, por meio de um projeto social do grupamento de fuzileiros navais, chamado Segundo Tempo. “À época, eu jogava futebol por lá e meus amigos me chamaram para jogar tênis. Fiz a primeira aula e gostei”, contou Paulo André.

E essa brincadeira foi rendendo frutos. Pouco tempo depois, o atleta foi treinar no Centro de Treinamento Lindoso, no Setor de Clubes Sul (SCS).

Myke Sena.

Aos 14 anos, a decisão já havia sido tomada: queria ser jogador profissional. E foi, a partir daí, que os treinos começaram a ficar mais puxados. A escola deu lugar ao esporte. Os treinamentos, feitos somente pela manhã, preencheram também as tardes de Paulo André. “Eu estudo a noite para poder me dedicar mais”, pontuou o jovem.

Para jogar, ele ainda esbarra em uma dificuldade: a financeira. “Hoje, eu tenho apoio apenas da Poupex. Apesar disso, ainda não é o suficiente para eu poder jogar como os meninos da minha idade”, lamentou.

Mas, se alguns acham que isso é motivo para desistir, o garoto, humilde, encara essa situação como uma motivação. “Eu sei que tenho poucas oportunidades, então eu tento aproveitar as chances da melhor maneira possível”.

Sorte

Diante de tanto esforço, Paulo André contou com uma pitada de sorte. Isso porque o convite do Instituto Sports, um dos apoiadores do Circuito Internacional de Tênis, estava confirmado para Gilbert Klier Junior, outro atleta brasiliense. Só que as vésperas do torneio, Klier lesionou o ombro e a chance de disputar o torneio caiu no colo do garoto de 17 anos. “Eu só pensei em aproveitar a chance da melhor maneira possível”, lembrou.

O sonho no tênis profissional começou a ser escrito na última terça-feira. O primeiro ponto no ranking oficial da ATP veio após a vitória por 2 sets a 0 (6/4 e 7/6) contra o argentino Lorenzo Gagliardo. “Quando eu ganhei, não sabia o que fazer. Eu fiz o movimento natural de levantar os braços, mas ainda não tinha ideia da proporção que ia tomar”, finalizou.

Na próxima rodada, Paulo André enfrenta o brasileiro com cidadania sueca Christian Lindell. Em caso de vitória nesta quinta-feira (10), ele somará mais dois pontos na ATP.

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