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Brasília

Garis do DF vivem dia de jogador e abrem Copa no Estádio Nacional Mané Garrincha

Arquivo Geral

21/08/2017 6h30

Copa Gari Foto: Myke Sena

Eric Zambon
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O Estádio Nacional Mané Garrincha voltou a receber um jogo de Copa, com direito a pontapé inicial do zagueiro pentacampeão Lúcio. Foi a Copa Gari, é verdade, mas para os trabalhadores de limpeza envolvidos no evento, na tarde de ontem, valeu mais do que qualquer partida do Mundial de 2014 no País.

“Na Copa do Mundo a gente limpou o estádio e limpou as redondezas para torcedores do mundo inteiro virem aqui. Agora somos nós que aproveitamos”, celebrou Francisco Evandro Ferreira, 46 anos, coordenador técnico da Sustentare, prestadora de serviço ligada ao Serviço de Limpeza Urbana (SLU). Representando o time de sua empresa, ele destacou o envolvimento de 2,5 mil trabalhadores na organização e participação. “Buscar o pessoal para vir a campo aqui foi complicado, mas demos o nosso melhor”, admitiu.

O torneio foi idealizado pela própria Sustentare, com correalização da Secretaria do Esporte, Turismo e Lazer e apoio do SLU, do Sindicato dos Trabalhadores da Limpeza Urbana (Sindlurb), e das prestadoras Valor Ambiental e Sterycicle. Foram inscritos 16 times, cada um com 15 jogadores, e, após os três jogos de abertura de ontem, as próximas partidas serão disputadas na sede do SLU, na Avenida das Nações, entre 27 de agosto e 21 de outubro. Os times que chegarem à final, em 22 de outubro, terão direito a retornar ao Mané para decidir o troféu.

Tietado e misterioso
O ex-zagueiro da Seleção, Lucimar da Silva Ferreira, o Lúcio, foi o homenageado da tarde. Sem clube desde o início do ano, quando seu contrato com o FC Goa, da Índia, se encerrou, ele teve paciência para tirar fotos e distribuir autógrafos. Aos 39 anos, o atleta ainda decide sobre sua aposentadoria, mas não descartou encerrar a carreira em um clube do DF. “Tudo é possível”, despistou, ao ser perguntado sobre o tema.
No início do ano, ele foi especulado para disputar o Candangão de 2017 pelo Brasiliense, mas a negociação não andou. Os presentes da Copa Gari brincaram sobre ele atuar novamente pelo Gama, mas o zagueiro apenas sorriu.

Copa Gari Lucio - Penta campeão Foto: Myke Sena

Copa Gari
Lucio – Penta campeão
Foto: Myke Sena

Criatividade no estádio
Em 2017, em vez de partidas da Série A do Brasileirão ou de outras competições da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), o Mané Garrincha recebeu todo tipo de evento cultural, na tentativa de justificar a manutenção do espaço. Até jogo de futebol americano aconteceu no estádio.

Diferentemente de 2016, os times da Série A, em Conselho Técnico do Campeonato Brasileiro, optaram por não vender seus mandos de campo este ano, inviabilizando grandes confrontos no DF. Assim, o único embate relevante no Mané foi Flamengo 2 x 0 Grêmio, em 8 de fevereiro, pela Copa da Primeira Liga, torneio dissidente da CBF.

O Rubro Negro até cogitou voltar ao DF para a partida de quartas de final, também pela Primeira Liga, contra o Paraná Clube, no próximo dia 30, mas devido à possibilidade de receber uma cota fixa de R$ 500 mil, o mando foi transferido para Cariacica (ES). Dirigentes do Fla até tentaram culpar o clima seco da cidade para a tomada de decisão, mas a justificativa soou pouco crível, uma vez que o time já mandou seis jogos no mês de agosto em Brasília.

Assim, acontecimentos como a Copa Gari se tornaram a nova razão de ser do estádio mais caro do Brasil – custou cerca de R$ 1,7 bilhão. Pelo menos com eventos frequentes, deve ser mais fácil identificar problemas estruturais, vazamentos e, por consequência, evitar contas de água de R$ 2,6 milhões, como no mês passado.

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