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Leila Barros admite pasta não ser primeiro plano

Arquivo Geral

22/01/2015 8h00

Haland Guilarde

Especial para o Jornal de Brasília

Em visita à reportagem do Jornal de Brasília, a secretária de Esportes e Lazer do Distrito Federal, Leila Barros, deixa claro ainda não houve tempo para analisar a situação do esporte de alto rendimento na cidade, mas que atitudes serão tomadas o quanto antes para que as ações sejam tomadas. Leila, no entanto, frisou que ao receber o convite, estava ciente das dificuldades que encontraria na pasta, uma vez que a prioridade do governo de Rodrigo Rollemberg será, de início, fechar o rombo deixado pela gestão anterior.

Segundo ela, em relação a questão técnica, por ser uma ex-atleta, e que vem realizando projetos ligados ao meio no DF, o governador confiou a dura batalha de gerir a pasta de esportes. A secretária afirma que foi pega de surpresa para assumir o cargo, mas aceitou por saber que teria condições de fazer algo pela população da cidade onde nasceu e acreditar que pode usar o nome para agregar as gestões públicas e privadas. 

Ao fazer o convite, o que o governador lhe pediu que priorizasse?
Ele me disse que esperava um empenha máximo. Ele sabia das necessidades da cidade de uma forma geral, e que confiava muito no meu nome para administtrar a pasta. Além de acreditar que eu iria trazer o mesmo espírito como atleta para a secretaria.
 
O que a levou a participar da vida política em Brasília?
Justamente por participar da área social do esporte. E por entender que se a gente não se aprofundar em questões políticas da cidade e tentar mostrar para essas pessoas, pouco você consegue de apoio. Eu percebi, que se eu quisesse realizar as coisas que eu planejava, tentar melhorar o padrão da área social, teria que entrar, não para me promover, mas para ajudar a área social do esporte. Eu entrei por idealismo mesmo, por achar que dentro dela eu poderia fazer alguma coisa. Também não me preocupo muito, eu sei quem eu sou, a intenção que eu tenho. O que me interessa hoje é que o governo acredita em mim, o meu partido acredita em mim, e acima de tudo, as pessoas, os meus amigos, a minha família mais que tudo acreditam em mim, isso me motiva.
 
Até que ponto a experiência de campanha vai valer para a sua gestão na Secretaria de Esporte e Lazer?
Eu ainda não fiz essa análise. Fiz a minha campanha com 18 mil reais, ninguém acredita nisso. E nesse caminho o que mais me deixa feliz é que estreitei minha relação com a cidade. Através desse eleição, eu pude me aprofundar de fato na realidade da cidade. Eu andei em todos os lugares. Eu fui no Itapuã, no Paranoá, no Sol Nascente e vi a realidade sura e crua. E isso me motivou mais ainda, de saber que eu tenho uma pasta que se houver boas parcerias, princiapalmente com a educação, turismo, até a própria segurança pública, a gente pode fazer um trabalho muito bacana para ajudar principlmente os jovens. Eles vivem ociosos, têm poucas oportunidades de crescimento.
 
Os envolvidos do futebol no DF tentaram bater na porta do governo passado, mas ficaram praticamente sem apoio. O que falta para melhorar essa parceria?
Diálogo. A primeira coisa que eu percebi dentro da secretaria, e nas demais pastas também, além do próprio governo, que as secretarias são ilhas, não havia uma comunicação. Por exemplo, eu como secretária, não havia uma ligação com as federações, com os clubes, com os atletas, com as entidades sociais, com a comunidade. Como eu vou construir um plano de desporto para Brasília, se eu não estou escitando essas pessoas que fazem o esporte. São elas que vivem mais que eu a realidade. O que eu posso adiantar é que eu vou propor no início de março, e que está sendo construído com meu grupo técnico é um grande seminário, com a participação de todos envolvidos com esporte no DF. Eu quero que essas pessoas se sintam parte dessa construção, não vamos centralizar apenas na secretaria.
 
A ideia é mostrar para a iniciativa privada que podem investir?
O mais interessante hoje é que no setor privado, fazendo bem feito, a gente tem uma imagem muito bacana. As portas foram abertas para mim hoje com a Corrida de Reis, inevitavelmente é porque nós fizemos um bom trabalho com o time de vôlei, disso eu não tenho dúvodas. Então eu quero mostrar para essas pessoas, que o dinheiro que eles estão investindo vai ser direcionado para o que realmente de fato estão investindo. Nós temos que organizar as comunidades, ouvir as demandas e construírmos isso, de fato vermos as prioridades. Hoje dentro da secretaria, se me perguntarem as prioridades, são todas. Eu não sou da turma do jeitinho, eu não cheguei a ser a Leila do vôlei dando jeitinho, eu não entendo isso. EEntão, o errado eu não vou fazer.
 
Há conversas para que a iniciativa privada continue te apoiando como foi feito na Corrida de Reis?
Hoje eu quero mostrar para a iniciativa privada que o esporte é um grande retorno para eles. A população vê com bons olhos esses empresários apoiando o crescimento e o desenvolvimento dos jovens na cidade. É mostrar para aquelas pessoas que estão colocando o dinheiro delas ali, em que tudo que eu me comprometer com elas, vai acontecer. E está sendo sim discutido, eu quero fazer essa parceria público-privada, estamos revendo projetos, como por exemplo a questão do ginásio Cláudio Coutinho, que me entristece particularmente. É inadmissível aquilo ali acabado. Então virou uma questão de honra pra mim. A Novacap vai nos ajudar, eles têm os engenheiros, têm projetos, mas vamos fazer tudo dentro da nossa realidade, conscientes, nada absurdo para fugir do que podemos. Algo que atenda as pessoas da nossa cidade, nada faraônico.
 
A Fórmula Indy foi um compromisso grandioso assumido pelo governo passado e caiu nas mãos da atual gestão. O que você tem a dizer sobre isso?
Realmente a Fórmula Indy hoje é um sufoco, mas nós vamos realizar. Mesmo pegando essa bomba na mão, tivemos uma reunião e todos estão muito imbuídos. O evento é dia 8 de março, e isso é uma sinalização do governador, tem que realizar e nós vamos realizar. Estamos construindo da melhor forma possível a questão para que saia da forma que foi pedida e tem que ser executada nas formas e processo jurídico. Então em relação a fórmula Indy estou muito tranquila.
 
O governador já declarou que não haverá Universíade em Brasília, mas o ministro George Hilton acenou para se esforçar em realizá-la no país. O que há de concreto?
As pessoas me perguntam, não vai ter Universíade? Nas as pessoas têm que entender o momento em que Brasília vive. Mais que uma atleta olímpica, mais que uma secretária de esportes, eu sou uma cidadã. Eu não posso de forma alguma hoje tirar os meus olhos para uma realidade que o GDF stá vivendo, não temos dinheiro. E acho que o governador está certo. A decisão dele foi acertada nessa questão, não tem dinheiro e a prioridade é a educação, a saúde e a segurança. As secretarias terão que saber caminhar sem a nossa ajuda. E é o que cada pasta está tentando fazer. Eu sei que a Universíade seria incrível, turisticamente, economicamente, a questão das instalações, mas o que adianta nós assumirmos isso hoje, se de fato não temos recursos. Teria que ter uma garantia muito grande registrada do governo federal. Nós temos que ter os pés no chão. Hoje como está a situação econômica da cidade eu acato e estou do lado do governador nessa decisão.
 
Você está ciente da situação de obras inacabadas de alguns Centros Olímpicos, como o de Planaltina, por exemplo?
Essa última semana me inteirei do assunto e vamos sentar com a Terracap e Novacap, com os órgãos que estão cuidando das obras do Centro Olímpico de Planaltina e eu tenho acompanhado sim. Os demais já estão funcionando, não com o efetivo completo, mas estamos esperando as nomeações, que acredito que sejam essa semana. O que me deixa feliz é que desde que entrei na secretaria a gente tem esplanado de fato a realidade e todos estão entendendo que todos serão sobrecarregados. Tivemos que reduzir pois isso foi promessa de campanha do Rollenberg, que iria reduzir 60% dos comissionados e isso afetou diretamente os Centros Olímpicos.
 
Já existe projeto da secretaria para o entorno de Brasília de inclusão social por meio do esporte?
não me aprofundei ainda porque tivemos as questões de Corrida de Reis, Universíade. Mas essa questão tem que ser estudada com bastante delicadeza, pois é muito crítico e sabemos que não podemos fechar os olhos para essa realidade. Precisamos estreitar a relação com o entrono e tentar ajudar de todas as formas.As nossas prioridades hoje são, rever o modelo de gestão dos Centros Olímpicos, planos de trabalho, rever os critérios do Compete, os critérios do Bolsa Atletam a Escola do Esporte. Queremos ampliar o núnero de modalidades ali dentro. A gente quer dar uma remodelada geral e avaliar os projetos que estão dando certo. Mas se conseguirmos ver tudo isso, em junho começamos pensar melhor nisso.
 
De fato qual vai ser o papel das federações dos esportes no Distrito Federal?
Elas precisam ser atuantes e executivas. Eu percebo que estou tendo uma aproximação, já conversei com alguns presidentes e eles mostraram realmente o descontentamento, a falta de comunicação. E eu entendo o lado deles. Eles terão que estar presentes e serem interlocutores entre atletas e a secretaria, para que assim a gente consiga funcionar. E eu vi que no processo, ou por decepções, ou por não acreditar que a coisa poderia caminhar, deixaram de atuar no papel que lhes eram devidos. Agora não, agora virá o chamamento da secretaria que eles precisam que você trabalhe e me ajude a promover o esporte na cidade. E eles sabem disso, eu já mandei o recado para todos.
 
Até que ponto você acha que a máquina pode atrapalhar o seu trabalho?
Eu acho que a máquina tem alguns vícios. Eu vou te falar super claro. Eu acho que está havendo um movimento de mudança de pensamento, de atitude. está havendo um esforço de quem está chegando agora na máquina de promover um pensamento diferenciado. Acho que a máquina sempre viveu muito mais em função de questões políticas do que sociais. Eu percebo esse movimento de promover o bem estar, uma excelência numa gestão melhor. Hoje se vivemos essa realidade é porque estamos pagando pela falta de planejamento, pela falta de engajamento mesmo. Até que ponto ela pode me atrapalhar não sei, eu tenho medo é se eu vou atrapalhá-la. Por que eu vou manter minha condutam a forma que penso. Hoje eu, Leila, ex-atleta, gestora pública, estou onde eu queria, com o poder de lutar pelas questões do esporte e do social.

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