Envolvido na transferência mais cara de um zagueiro na história do futebol, – 49,5 milhões de euros – David Luiz colhe os frutos por ter trocado Londres por Paris. Na capital francesa há três meses, o descontraído defensor da seleção brasileira se mostra à vontade no clube, embora não tenha encontrado, de fato, sua residência. A vida em um luxuoso hotel, no entanto, não tem atrapalhado o jogador, que está em alta com o treinador Laurent Blanc, no Paris Saint-Germain, e Dunga, na seleção brasileira. Ao Jornal de Brasília, por telefone, ele falou sobre a próxima disputa com o Brasil, na Copa América, em 2015, o relacionamento com José Mourinho, a preocupação com a calvície e como superou o trauma com fotografias.
Como está a sua adaptação na França. É mais fácil morar aí, em Londres ou em Lisboa? Já encontrou apartamento?
Sempre tive muita sorte. Morei em Lisboa, depois em Londres e agora Paris. Já conhecia a cidade, ela é maravilhosa. Está sendo tudo muito tranquilo. A casa ainda não encontrei e a adaptação está sendo fácil. Sou um cara que não reclamo de quase nada. O hotel em que estou hospedado é maravilhoso.
O que tem feito no tempo livre?
Procurando casa… procurando casa. Isso é o que tenho feito bastante. E descansar também.
O que achou da polêmica entre Dunga e Thiago Silva sobre a braçadeira de capitão na seleção brasileira?
Cada um tem a sua forma de liderar em campo. Quem tiver que ser o capitão vai fazer da melhor forma e ajudar o grupo.
Dos treinadores da seleção brasileira que você trabalhou (Mano, Felipão e Dunga)… Qual mantém uma relação mais próximas aos atletas e qual fala menos e é mais direto?
Todos os três são próximos. Todos conversam bastante com os jogadores. Eles são mais experientes e têm muito a dizer, a ensinar.
Olhando para o futebol brasileiro e europeu, qual jogador você enxerga com potencial para ser um novo Thiago Silva?
O Marquinhos (do Paris Saint-Germain). Primeiro pela pessoa que é. Segundo porque é muito profissional. Pelas qualidades que ele tem, um dia será o melhor zagueiro do mundo.
O Brasil caiu em um grupo difícil na Copa América (ao lado de Colômbia, Peru e Venezuela). Vencer o torneio é uma boa chance para apagar de vez o trauma após a goleada por 7 x 1 para a Alemanha?
Já apagamos. Já choramos, já refletimos bastante e aprendemos. A Copa América vai ser um torneio muito difícil. Temos a geração de ouro da Colômbia, a Venezuela que tem bons jogadores, o Guerrero é o destaque peruano. Vai ser uma disputa intensa pelo título.
O Laurent Blanc (técnico do PSG) tem te elogiado bastante, enquanto no Chelsea você teve uma relação conturbada com o José Mourinho…
Conturbada? Fui vendido como o zagueiro mais caro do mundo.
Pelas declarações do Mourinho sobre você…
Vocês da imprensa que falam dos nossos problemas. Sempre tive relação ótima como o Mourinho. Atuei tanto de zagueiro como volante no Chelsea, sempre aprendendo muito. Os dois (Blanc e Mourinho) são maravilhosos. Nós sempre temos algo para aprender com eles (técnico).
E qual treinador foi mais especial na sua carreira?
O Jesus (Jorge Jesus, do Benfica). Foi o que mais me ensinou, que mais colaborou para meu aprendizado no futebol.
Embora tenha uma vasta cabeleira, você deu início a um tratamento contra a queda de cabelo. O que tem feito?
Fiz contato com o profissional (médico Luciano Barsanti) por meio de um amigo. Tenho usado um xampú especial. Ele (Luciano Barsanti) estudou bastante para isso e vai acertar com certeza.
Caso o tratamento não dê certo, já pensou em um novo visual?
Vou continuar com o mesmo corte, o mesmo penteado.
O Ibrahimovic tem fama de ser um jogador polêmico. Como é o relacionamento com ele?
Pelo contrário. É um cara muito tranquilo. Um grande jogador, uma grande pessoa.