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Escolinha de futebol de Brasília já revelou mais de 80 jogadores

Arquivo Geral

16/03/2018 20h52

João Stangherlin

Gabriel Lima
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É muito comum ouvirmos dizer que Brasília é um celeiro de craques. Entre as grandes estrelas que passaram pela Seleção Brasileira, estão o meia Kaká e o zagueiro Lúcio, dois excelentes exemplos. O primeiro, inclusive, foi o único a derrotar Cristiano Ronaldo e Messi na disputa de melhor jogador do mundo da FIFA, em 2007. O fato é que realmente importamos muitos atletas. Um exemplo dessa realidade é a Brasília Futebol Academia, que tem como foco a formação de jovens jogadores, a fim de os revelar para o futebol. E o número é animador: desde de sua criação, em 2009, cerca de 80 jogadores saíram daqui para tentar a sorte pelos gramados de todo o país, e alguns até já vestiram a amarelinha.

Em um campo de grama natural, localizado no SIA, meninos de 7 a 17 anos correm atrás da bola e de um sonho: o de se tornar o próximo craque brasileiro. E, no campo ao lado da Receita Federal ou do Caeso, eles buscam seguir exemplo de jogadores que saíram dali e se apresentaram para o Brasil. O zagueiro Lucão, que pertence ao São Paulo, mas está emprestado para o Estoril, de Portugal, o meia Reinier Jesus, que recentemente assinou contrato profissional com o Flamengo e já teve passagens marcantes pelas seleções de base, e o lateral Weverson Moreira, que também já teve a honra de ser convocado para a canarinho e defende as cores do São Paulo, são alguns exemplos de que a escolinha consegue cumprir o que promete.

Início do projeto

Ecio Antunes é o principal treinador da Academia e é quem toca o projeto. Ele conta que tudo começou quando um francês veio para o Brasil para montar um planejamento que revelasse futuros craques, porém desistiu seis meses depois. “Ele queria que eu começasse uma escolinha no Asbac, mas eu estava começando o meu projeto. Quando ele foi embora, eu pedi só a marca e os uniformes”, diz. Com esse programa já em andamento, surgiu a oportunidade de uma avaliação no São Paulo. E não foi desperdiçada. Além de novas revelações para o clube paulista, Ecio ainda conseguiu algo a mais. “Eles gostaram e a gente acabou firmando uma parceria. Eles ajudam financeiramente em troca da prioridade na escolha dos garotos. Isso durante uns 5, 6 anos”, lembra. Durante esse período, o professor levava uma equipe para jogar na capital paulista.

Após o término dessa parceria, Ecio pôde aumentar os horizontes e mandar os alunos para outros clubes. E a fama se fez devido ao sucesso que os brasilienses fazem lá fora. “Toda vez que eles vêm aqui, eles elogiam e falam que a nossa base é fortíssima. Sempre que a gente sai para campeonato, normalmente times de Brasília chegam à final. Aqui, a base é muito competitiva, e não é só a gente, mas ao redor de Brasília também”.

E, dessa maneira, os jovens começaram a integrar equipes do Brasil inteiro. A lista é grande e, além de Flamengo e São Paulo, inclui também Cruzeiro, Internacional, Grêmio, Palmeiras, Fluminense, Santos, entre outros. No Peixe, são dois atletas, que receberão mais cinco companheiros que foram aprovados na última segunda feira, em peneira realizada aqui na capital. Datada de 2009, a instituição ainda tem, como jogador mais velho, o zagueiro Lucão, mencionado anteriormente, e o lateral direito Patrick Brey, atualmente no Tupi-MG, que são de 1996, portanto 22 anos. “Pelo ano da escola, ainda não tem menino muito velho que saiu, então, poucos já tiveram a chance de estar no profissional, eles ainda estão no processo”, contou.

E, como fórmula do sucesso, ele destaca o estilo do treinamento, que é muito semelhante ao que os clubes de ponta realizam com os seus atletas. “A nossa ideia é fazer com que o atleta, ao viajar, tenha uma possibilidade maior de passar. Eles chegam para treinar e não estranham a metodologia usada”.

Moral com os times de fora e falta de um trabalho de base em Brasília favorecem o acerto com clubes de outros estados mais cedo. “Em vários times tem atletas de Brasília, e poucos passaram por aqui. A maioria saiu com 11, 12 anos. Aqui não tem projeto, não tem base. O negócio deles é só juniores e profissional, eles não trabalham com a molecada para formar, e é aí que eles perdem jogadores”, lamentou Ecio.

Sem patrocinadores

Apesar do sucesso, a escolinha ainda não tem patrocinadores por contrato. São apenas avaliações, quase que mensais, para que times do Brasil possam observar ou, até mesmo, já levar garotos com potenciais. “Se algum clube fizer um contrato com a escola, eles têm prioridade. Mas é complicado o investimento porque muitos não querem correr o risco, não querem investir, só querem o moleque pronto”.

A Academia se mantém com a mensalidade paga pelos alunos. Mesmo sem receber apoio financeiro, o lado social não é deixado de lado. Sempre que surge algum garoto com talento e os pais não têm condição de arcar com os custos, Ecio distribui bolsas de até 100% para que eles possam participar do projeto.

Serviço

Para quem quiser participar, é só entrar em contato com o Ecio pelo telefone: (61) 99274-0572 ou 3361-9995; pelo Facebook e o Instagram.

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