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Brasília

Moradores da Estrutural perdem benefícios devido a falta de atendimento do CRAS

Colaborador JBr

14/06/2016 16h57

 Vitória Pereira
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Desde o ano passado, a população que necessita dos serviços prestados pelo Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), da Cidade Estrutural estão enfrentando grandes dificuldades para manter os cadastros nos benefícios, como o Bolsa Família. O CRAS funciona como instrumento de defesa dos direitos da população e atua como porta de entrada do cidadão para todos os programas do governo e faz a verificação de outras necessidades das famílias em situação de alta vulnerabilidade social, tanto na área da saúde, educação ou habitação.

O atendimento feito pelo 156, está causando transtornos aos moradores da cidade. “Eles não nos atendem sem marcar agendamento pelo telefone, mas quando ligamos lá, eles alegam nunca ter atendimento disponível. Já fui lá no CRAS e não atendem também, a gente fica à mercê desse tipo de serviço”, afirma Aline de Novaes, 32, beneficiária do programa Bolsa Família. Moradora da Estrutural, Aline afirma ser humilhante tal situação, pois tem três filhos, sendo um deles especial, e necessita da renda adquirida pelo programa. “Assim que tive meu terceiro filho, fui cadastrá-lo no Bolsa Família e até hoje não consegui adquirir o benefício como deveria, pois estou recebendo R$35 por filho e como não posso trabalhar devido a condição do meu caçula fica difícil mantê-los com esse valor”, esclarece.

O conselheiro tutelar, Clóvis Campos, 31, tenta ajudar a comunidade como pode, mas afirma que o serviço feito pelo CRAS não auxilia de forma devida à população. “O atendimento é deficiente e as pessoas estão perdendo os benefícios, pois não conseguem atualizar o cadastro”, alega. De acordo com ele, são mais de 3 mil beneficiários passando por esse transtorno desde o ano passado. “Estamos fazendo um levantamento desde semana passada, pedindo para que os usuários registrem aqui quantas vezes eles tentam agendar o atendimento pelo 156 e não conseguem”, informa Clóvis.

Aline explica não ver alternativas para o problema e que já está desistindo de lutar por uma bolsa que pode atender aos três filhos. “É impossível viver nessas condições, eu tinha o DF Sem Miséria e o perdi devido a negligência do CRAS, e agora já não tenho mais esperanças de conseguir prosseguir com o Bolsa Família”, desabafa. “Já fui no Conselho Tutelar tentar resolver a situação, eles dizem que não podem fazer nada e fica por isso mesmo”, acrescenta.

Versão oficial

Em nota a Secretaria do Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos (Sedestmidh ) alega que a agenda do 156 é aberta do 1° ao 5° dia útil do mês para atendimento nos CRAS.

De acordo com a Secretaria, os agendamentos e atendimentos estão acontecendo normalmente para o CRAS da Estrutural, e que está ocorrendo mutirões de atendimento para preenchimento de novos cadastros. Afirmam ainda que a fim de expandir o agendamento do 156, a pasta já está em processo de contratação de entrevistadores em andamento.

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