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Política & Poder

Tudo pronto para a retomada de Frejat na disputa pelo Buriti

Arquivo Geral

19/07/2018 7h00

Foto: Eric Zambom/Jornal de Brasilia

Eric Zambon
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O cenário para Jofran Frejat (PR) retomar a pré-candidatura ao Governo de Brasília está montado. Na noite de ontem, durante uma manifestação de apoiadores em frente à sua casa no Lago Sul, ele voltou a dizer que não aceitaria tornar sua gestão “um balcão de negócios” e expôs a exigência para retornar. “Se não for nas condições que eu quero, não faço”, disparou. Ele vai se reunir com líderes do partido na manhã de hoje para selar seu destino.

Novamente sem dar os nomes dos culpados, ele criticou “pessoas que se dividiram quando seu nome cresceu”. “Várias elas voltaram agora. Por que não fizeram isso antes?”, questionou.

Convocado pelo deputado federal Laerte Bessa (PR) para conduzir o carro de som da manifestação, o ex-distrital Geraldo Naves discursou antes de Frejat aparecer. Apesar de demonstrar boa vontade, disse uma frase que soou bastante ameaçadora: “Ninguém pode nos tirar o direito de votar em Frejat, nem mesmo o próprio Frejat.”

O tom foi muito parecido com o que o próprio Bessa, ao saber da desistência, falou sobre a situação. Na última terça-feira (16), o deputado disse que trabalharia para reverter a mente de Jofran “mesmo que fosse irreversível”.

O secretário-geral do MDB, deputado distrital Wellington Luiz, foi ácido e chamou a atitude de Frejat de unilateral, inconsequente e irresponsável.
O postulante ao Senado na chapa, Alberto Fraga (DEM), acusou o cabeça de chapa de estar fazendo “charminho” e ainda colocou o nome à disposição para substituí-lo. Rôney Nemer (PP) e Tadeu Filippelli (MDB) usaram tons mais amenos e tentaram demonstrar solidariedade.

Na noite de ontem, inclusive, o ex-vice-governador afirmou que os problemas enfrentados por Frejat nada têm a ver com as indicações políticas de seu partido ou de qualquer outro dentro da coligação. “É um grande equívoco achar que o problema é o nome do vice. Sempre anunciamos que não tínhamos problemas com isso”, frisou.

Pela manhã, articuladores do PR ventilaram que o MDB estaria, inclusive, disposto a recuar na preferência pela indicação do vice só para ter Frejat novamente a bordo. “ Quem disse isso está mal informado”, rechaçou Filippelli.

Ao longo do dia, o presidente regional do PR, Alexandre Bispo, garantiu que os problemas de Frejat também não eram internos e ainda destacou a vontade da sigla de renovar a união com MDB, PP, PHS, Avante e DEM e até firmar compromissos com outros partidos.

Tudo depende do que o ex-pré-candidato vai decidir na manhã de hoje, quando se reúne com lideranças do PR, incluindo o manda-chuva do partido, Valdemar Costa Neto. “Se ele retornar, acreditamos que vai ter o mesmo capital político de antes”, opinou Bispo.

Manifestação vira comício e palanque

A manifestação em frente ao lar de Frejat se transformou em comício por volta das 19h. Antes disso, porém, o ex-deputado Geraldo Naves fez às vezes de mestre de cerimônias e discursou sobre osmotivos para o ex-pré-candidato voltar. Ao abrir espaço para manifestações espontâneas da plateia, houve um momento curioso.

A ex-deputada federal Raquel Cândido tomou a palavra e afirmou que Frejat era vítima das “cobras criadas por Joaquim Roriz”. Ela ainda disparou impropérios contra Tadeu Filippelli e o ex-governador José Roberto Arruda.

O áudio de seu microfone foi cortado durante a fala e ela foi convidada a se retirar do palco. Diante da quebra de script e após um início de confusão entre a mulher e outra pessoa na plateia, que questionou a pertinência daquele comentário no momento, ninguém mais foi autorizado a tomar a palavra.

Seguiram-se então palavras de enaltecimento da figura de Frejat, que, ao aparecer, agradeceu o carinho e pediu paciência a todos os presentes. Em sua fala, ele destacou que as conversas com o manda-chuva do PR, Valdemar Costa Neto, e aquele tipo de manifestação haviam feito ele “pensar e repensar” se retornava ou não para a disputa pelo Buriti.

“O que me preocupa são aqueles que querem ocupar espaço que não deveriam”, generalizou, sempre escondendo os alvos da frase.

Saiba Mais

A desistência de Frejat da corrida fez com que todas as coligações se movimentassem para se beneficiar.

O grupo de Rogério Rosso (PSD) e Cristovam Buarque (PPS) ensaia uma aproximação e aguarda posição oficial do ex-pré-candidato para saber se podem contar com ele em seus palanques ou não.

Rollemberg, por outro lado, ficou bem feliz ao ver o nome que estava à sua frente nas pesquisas deixar a disputa.

Apontado como possível vice na chapa de Frejat, o ex-presidente da OAB-DF, Ibaneis Rocha (MDB), está em Lisboa depois de ter acompanhado a Copa no Mundo da Rússia. Ele retorna ao Brasil no sábado.

Ele disse ter acompanhado o burburinho e até conversado por telefone com Frejat. “Meu nome está a disposição do partido para onde precisar”, ressaltou.

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