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Política & Poder

Só 7% aprovam governo Rollemberg

Arquivo Geral

29/12/2016 7h00

Atualizada 28/12/2016 21h21

Foto: Angelo Miguel

Francisco Dutra
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Avaliado como péssimo ou ruim por seis em cada dez cidadãos do Distrito Federal, o governo de Rodrigo Rollemberg (PSB) começará 2017 em condições complicadas. Segundo mapeamento do cenário político brasiliense, traçado pelo Instituto Exata de Opinião Pública (Exata OP), a avaliação negativa da atual administração do Palácio do Buriti segue uma clara tendência de crescimento. No compasso oposto, o número de satisfeitos com o Executivo diminui cada vez mais.

Em julho, o desempenho do governo era apontado como ruim ou péssimo para 58% do eleitorado. Em outubro, a reprovação popular avançou para 60%. Agora, em dezembro, a avaliação negativa alcançou 64% da população. A fratura da imagem da gestão Rollemberg fica sacramentada com o movimento de queda do grupo de satisfeitos com os rumos do Executivo. Seis meses atrás, o GDF era avaliado positivamente por 10% dos brasilienses. Três meses depois, o percentual encolheu para 9%. Neste final de ano, apenas 7% consideram a atual administração positiva.

Desde fevereiro de 2015, o Exata OP mede e acompanha a percepção popular do governo Rollemberg. No levamento de dezembro, colhido entre os dias 20 e 24, os pesquisadores ouviram 1.067 pessoas, ao longo de 24 locais do DF. Na análise por segmentos sociais, fica evidente o distanciamento entre a população mais pobre e a gestão do PSB. Segundo a pesquisa, a avaliação negativa do governo é mais forte nas classes C, D e E. Do ponto de vista das famílias mais pobres, o governo construiu uma marcante imagem elitizada. Ou seja, governa para os ricos.

A pesquisa identificou que Rollemberg costuma receber críticas positivas da classe B, especialmente entre formadores de opinião. Já a Classe A, de maior renda, tende a dar notas baixas para condução do Buriti. Em resumo, o governo tem o apoio parcial das elites e dos formadores de opinião, mas não conta com a aprovação das massas, maior parte da população e quem mais precisa dos serviços públicos, a exemplos de Saúde e Educação.

Avaliação pessoal cai

Hoje, 68% da população desaprova o desempenho pessoal do governador. A aprovação individual de Rollemberg também amarga tendência de queda. Em julho, 27% da população aprovava Rollemberg. Passados três meses, o número de eleitores satisfeitos com o comandante do GDF despencou para 18%. Em dezembro, a aprovação do autointitulado representante da “Geração Brasília” desceu mais alguns degraus, ficando em 16%.

Investigação atinge imagem da Câmara

Alvejada pela Operação Drácon, a tradicionalmente controversa imagem da Câmara Legislativa despencou ainda mais. Segundo a pesquisa do Exata OP, em junho, 49% da população avaliava o desempenho da Casa como ruim ou péssimo. Em agosto, após a denúncia do Ministério Público de um suposto esquema corrupção com tentáculos na Presidência e na Mesa Diretora do Legislativo, a avaliação negativa decolou até alcançar 66% dos brasilienses, neste final ano.

Antes da detonação do escândalo, em junho, o desempenho da Câmara era regular para 35% da população, enquanto 11% consideravam positivo o trabalho dos deputados distritais. Com o desgaste da crise, estes números ruíram. A avaliação regular minguou para 22% do eleitorado. E as poucas vozes satisfeitas com os parlamentares foram resumidas para 7% dos brasilienses.

Com a evolução da crise nacional, o peso das grandes instituições terá ainda mais relevância no tabuleiro político. Segundo a pesquisa, Polícia Federal, Corpo de Bombeiros e Ministério Público são as instituições mais bem avaliadas pelos brasilienses, tendo respectivamente notas 8.2, 8.1 e 7.9. O Supremo Tribunal Federal e o Tribunal de Contas da União também são bem avaliados. As boas notas são acompanhadas por razoáveis índices de confiança.

O brasiliense não classifica nada bem a Câmara dos Deputados, Senado Federal e Presidência da Republica, cujas notas são na sequência 3.9, 3.9 e 4.2. Nestes casos, as taxas de confiança são baixas.

Ponto de vista

Desde o início do governo, a gestão Rollemberg tenta e  não consegue reverter o desempenho negativo. “O governo se mostra inoperante, paralisado. O eleitor quer e precisa sonhar. Rollemberg não consegue criar qualquer perspectiva positiva. É inegável que a crise econômica nacional continua a bater de frente, alimentando a crise politica no Brasil. Mas o povo não quer saber disso. Os governantes precisam ter posturas agressivas e solucionar os problemas. Ele ainda tem dois anos, está na metade do governo. Ainda tem chances de reverter este quadro. Precisa de uma mudança completa e brusca mudança de rumo. As pessoas esperam um gerentão, alguém que consiga atender às necessidades fundamentais do povo”, comenta o diretor do Exata OP, Marcus Caldas. Sobre a situação da Câmara, segundo Caldas, a renovação do comando da Casa é uma oportunidade para a construção de  imagem positiva, em especial, com a eleição do deputado Joe Valle (PDT) para a presidência do Legislativo. “A avaliação das instituições mostra o melhor desempenho de quem fiscaliza e do Judiciário, tirando os bombeiros. Já a vertente política está na outra ponta. Isso mostra que a população quer mais a fiscalização. E que os políticos não conseguem mais a popularidade necessária”, afirma.

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