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Política & Poder

Simone Tebet diz que interferência de Onyx no Senado põe em risco governabilidade

Agência Estado

22/01/2019 17h53

Atualizada

A líder do MDB no Senado, Simone Tebet (MS), disse nesta terça-feira, 22, que decidiu disputar a presidência da Casa depois de receber sinalizações de uma “interferência” do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), em prol de seu partido, o Democratas, na eleição interna. Em conversa com a imprensa, Simone disse que a sigla do ministro está “totalmente equivocada” e coloca em risco tanto a governabilidade de Jair Bolsonaro quanto a votação da Reforma da Previdência.

“Acho que tem um ruído de interferência da Casa Civil aqui no Senado e isso foi uma das razões que entendi que tinha que colocar minha candidatura: para ver se realmente o governo está preterindo o MDB. A informação e o feedback que recebi é que não é o governo, mas o DEM que quer disputar (a presidência do Senado) independentemente de quem seja o candidato do MDB”, disse.

“Tive uma sinalização de que interessaria até para o DEM uma candidatura do Renan (Calheiros) contra eles porque, mesmo com voto fechado, acham que poderiam ganhar do MDB. Isso é algo que está circulando dentro do Senado e que, a princípio, está totalmente equivocado. Eles estão equivocados e estão prejudicando o governo porque eles são governo. Estão colocando a presidência do Senado como um fim em si mesmo e estão esquecendo da governabilidade”, criticou.

Para a senadora, o MDB tem direito a ficar com a presidência do Senado por ter eleito a maior bancada da Casa nas eleições de 2018. Caso o DEM, de Onyx Lorenzoni, decida desrespeitar essa regra, o partido poderá prejudicar a votação de reformas importantes, como a da Previdência. Nos bastidores, Onyx vem estimulando o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) a continuar em campanha e conquistar os votos necessários para vencer a disputa.

“Qual foi o grande recado que chega para a líder e para a bancada: ‘nós (o governo) não queremos o Renan? O Renan não serve para o governo’. Isso foi dito lá atrás, não sei ainda se é isso. Agora se o MDB optar por uma outra candidatura (que não a de Renan), por que preterir o MDB a favor do DEM? Então o fim em si mesmo é a presidência (do Senado) e não a governabilidade? Não pode esquecer que tem uma reforma da Previdência para votar. Não se vota uma reforma da Previdência já de pronto sem ter a maior bancada apoiando”, alertou.

Apesar do MDB negar que o senador Renan Calheiros também seja candidato à presidência da Casa, Simone trata o colega de partido como adversário na disputa pela preferência da bancada. A senadora do Mato Grosso do Sul disse acreditar que tem apoio da maioria dos senadores do partido, mas que a sigla não sairá dividida desse debate.

“Fui procurada por colegas da bancada dizendo claramente: precisamos agir, estamos vendo uma movimentação forte do DEM. O DEM cresceu com uma candidatura achando que o candidato oficial (do MDB) é Renan”, disse. “Tudo que o DEM quer é derrotar o Renan e ter a presidência do Senado. Por conta dessa movimentação, nós precisávamos mostrar que o MDB vem com um nome para ganhar a eleição, pode ser meu e pode ser o do Renan. Mas dei essa opção, a pedido inclusive de senadores do MDB. Eu estou indo para a disputa (com o Renan) na crença de que eu possa ter a maioria (da bancada), sim. Ninguém vai disputar para perder”, afirmou.

Processo eleitoral se ‘robustece’, diz Renan

Renan Calheiros (MDB-AL) usou seu perfil no Twitter para dizer que a decisão da senadora Simone Tebet de disputar a presidência do Senado “robustece” o processo eleitoral na Casa. Para o alagoano, a candidatura de Simone “consolidará ainda mais a união da bancada”.

“A candidatura da senadora Simone Tebet robustece o processo decisório e consolidará ainda mais a união da nossa bancada. O fundamental é que cheguemos juntos ao plenário no dia 1 de fevereiro”, escreveu.

Renan tem evitado se colocar como candidato oficialmente, com o objetivo de evitar se tonar alvo de mais críticas. Ele é visto como nome hostil ao Palácio do Planalto e identificado com a “velha política”, por parte de eleitores do governo Jair Bolsonaro.

Fonte: Estadao Conteudo

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