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Política & Poder

Rosso põe Álvaro Dias no palanque

Arquivo Geral

08/08/2018 7h00

Atualizada 07/08/2018 22h31

Foto: Francisco Dutra

Francisco Dutra
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De olho nos votos do funcionalismo, Rogério Rosso (PSD) promete dar reajuste para os servidores no primeiro semestre de governo. Ao lançar a coligação “Unidos pelo DF”, o candidato ao Governo do Distrito Federal (GDF) também anunciou palanque nacional exclusivo para o presidenciável Álvaro Dias (Podemos), jogando para escanteio qualquer chance de ajuda para Geraldo Alckmin (PSDB), pelo menos no primeiro turno das eleições de outubro.

Servidores exigem ainda o pagamento da última parcela do reajuste concedido pelo antigo governo de Agnelo Queiroz (PT). As categorias, inclusive, já ganharam na Justiça o direito de receber o final da recomposição. Contudo, o governo ainda não honrou a decisão, alegando falta de recursos gerada por dívidas do passado e a crise financeira nacional. Segundo Rosso, a paridade da Polícia Civil com a Polícia Federal, bem como reajustes para Polícia Militar e Corpo de Bombeiros sairão do papel.

A promessa de reajuste é uma estratégia arriscada. Afinal, a crise econômica é real. O movimento lembra a folclórica “Tarifa de R$ 1”, prometida pelo então candidato ao GDF, Jofran Frejat (PR), no pleito de 2014. Todavia, Rosso argumenta que estudos preliminares apontam que o DF já tem condições financeiras. “Espero que o atual governo tenha responsabilidade até 31 de dezembro. Então, eu afirmo e confirmo”, promete, estabelecendo como prazo o primeiro semestre de 2019, caso seja eleito.

A coligação Unidos pelo DF é o resultado da aliança entre PPS, PSD, PRB, SD, Podemos e PSC. Até então, o grupo também era conhecido como Terceira Via ou Aliança Alternativa. A frente contava com o apoio do PSDB, que tinha interesse em um bom palanque nacional. Mas, quando perderam a condição de cabeça de chapa, os tucanos voaram para uma coligação com o DEM. O movimento abriu brecha para uma revisão de alianças.

Nas palavras de Rosso, Dias conquistou o palanque em função de quatro questões: por ter posição firmes; garantir o sepultamento da atual reforma da Previdência em curso no Congresso Nacional; prometer apoio para o DF nos serviços básicos e; por ser cristão, convergindo com as posturas dos partidos da Terceira Via.

Nacionalmente, o PSD estará junto com Alckmin. Mas o presidente nacional do partido, Gilberto Kassab, deixou Rosso livre para definir o palanque local. Esta liberdade foi decisiva para o Podemos entrar na coligação brasiliense, pensando justamente em conquistar uma vitrine para Dias.

Chance para o suplente assumir

Para focar na campanha, Rosso irá se afastar do mandato de deputado federal nos próximos dias. Afinal, o cenário sinaliza uma eleição dura, em dois turnos. A vaga do parlamentar será ocupada pelo primeiro suplente, o presidente regional do Podemos, Marcos Pacco. Não por coincidência, ele também é candidato para uma das oito vagas brasilienses na Câmara dos Deputados. Ou seja, ainda sem diploma, será o primeiro candidato nestas eleições a ir para o Congresso.

Nas eleições, a coligação disputará as vagas para deputado federal unida em um “chapão”. Na corrida pela Câmara Legislativa, PSD e Podemos estarão coligados, assim como PRB e SD. Por outro lado, caminharão sozinhos PPS e PSC.

O vice-presidente nacional do Podemos, Marcondes Gadelha, enfatizou que a coligação deve batalhar conquistar as urnas em todos os postos e não apenas nas situações em que tiver vantagem. “É preciso ver o vagalume e não só lume. A faca tem que ter o cume. É preciso a vitória completa”, recitou.

O grupo anunciou os suplentes dos concorrentes ao Senado Federal. Na candidatura de reeleição do senador Cristovam Buarque (PPS), o primeiro suplente será o Bispo Emanuel Ferreira (PSC), enquanto Marcelo Aguiar (PPS) ocupará a segunda posição. Já o candidato Fernado Marques (SD) terá na reserva o Pastor João Luiz Clerot (Podemos) e a seguir virá o ex-secretário Artur Bernardes (PSD), fiel escudeiro de Rosso.

Buarque comentou sobre a decisão do palanque nacional. O senador nutre boa relação com Alckmin. Contudo, alegou que Dias assumiu bandeiras do parlamentar, especialmente na educação. Diferente do tucano.

Saiba Mais

A formulação de soluções para frear a violência crescente contra a mulher, no DF e no Brasil, está entre os compromissos de campanha de Rosso.

Segundo o candidato, serão apresentadas políticas públicas para apoiar a mulher em todas as etapas da vida, inclusive no mercado de trabalho.

O parlamentar alega que as mulheres não sofrem sozinhas. “Não é só a mulher não. A insegurança no DF passou dos limites. Estou há 49 anos na cidade. E não é uma crítica pela crítica. É uma constatação. Você pode perguntar para a população. A violência contra o ser humano nunca foi tão grave”, comentou.

No discurso, Rosso também promete investir fortemente no desenvolvimento do setor produtivo privado. O primeiro passo será um conjunto de medidas para combater a burocracia, simplificação de processos, a integração produtiva entre o DF e a Região Metropolitana, criação de novas áreas de desenvolvimento econômico, uma revisão tributária e um grande programa de incentivo para novas atividades. Além disso, o candidato quer equilibrar o que chama de simbiose comercial entre o público e o privado.

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