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Política & Poder

PT procura convencer veteranos a uma aventura pelo Buriti

Arquivo Geral

23/04/2018 7h30

Kléber Lima

Francisco Dutra
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Faltando seis meses para as eleições, o PT bate cabeça e não consegue escolher um nome para disputar do Governo do Distrito Federal. Do ponto de vista de uma ala crescente do partido, medalhões testados nas urnas devem desistir da reeleição para assumir a pré-candidatura para o Buriti.
Neste sentido, despontam os nomes da presidente regional, deputada federal Érika Kokay e, do vice-presidente, deputado distrital Chico Vigilante. Outras forças defendem um movimento ainda mais inusitado. Para estas vozes, o partido deve abrir mão da cabeça de chapa.

“O PT precisa ter uma candidatura a governador para defender o partido, o ex-presidente Lula e o que o PT fez no passado pelo DF. Um nome que a militância, conheça e se identifique com ela. Temos nomes, resta saber quem vai aceitar? Não nos faltam boas opções. O que falta é que assumam um projeto partidário coletivo, ao invés de projetos pessoais”, provoca Geraldo Magela, ex-deputado federal e ex-secretário de Habitação do DF.

Sem sucesso, o partido tentou lançar as pré-candidaturas do ex-ministro Ricardo Berzoini e da diretora do Sindicato dos Professores, Rosilene Côrrea. Ambos desistiram. Até agora, o economista Afonso Magalhães é o único pré-candidato colocado. “O Afonso é um nome valoroso. Tenho muito carinho por ele. Mas hoje, o melhor nome que temos é o da Érika”, argumenta Roberto Policarpo, ex-presidente regional da agremiação.

Segundo Policarpo, Kokay pontua bem nas pesquisas espontâneas e estimuladas. Além de unificar a militância petista, a parlamentar também é bem avaliada por outros grupos de centro-esquerda. “Uma pessoa com a densidade da Érika ajudaria inclusive nas composições. Um nome com viabilidade permitira conversarmos com partidos com PCdoB, PPL, PSol e PDT”, completa. Neste mesmo contexto, outras vertentes da esquerda, dentro e fora do PT, defendem o nome de Vigilante, por possuir o mesmo perfil e, principalmente, pelo estilo combativo, ideal para debates.

No debate majoritário, o pré-candidato ao Senado Federal, deputado distrital Wasny de Roure, vai ainda mais além. “O ideal seria termos alguém que já participou do processo eleitoral. Temos então duas escolhas. Ou alguém assume essa missão ou apoiamos um partido identificado conosco. Como nenhum de nós se colocou, creio que é preciso coragem para fazer a negociação. Defendo uma aliança, uma coligação sem sermos cabeça de chapa”, pondera. Neste contexto, o parlamentar enxerga chances de apoio para PDT, PCdoB e PSol.

Opção será “chapa pura”

Por enquanto, Chico Vigilante descarta qualquer mudança de trajetória eleitoral, inclusive para Érika Kokay. Sem revelar nomes, o dirigente afirma que o partido garimpa novos pré-candidatos para o Buriti. “Em breve, vamos poder falar sobre eles”, brinca. Segundo o distrital, o partido deverá se lançar com chapa pura.

“Tanto eu quanto Érika não estamos estamos com essa disposiçao no momento. A Érika é imporante no debate no Congresso Nacional e avalio que tenho um papel muito importante ainda na Câmara Legislativa”, explica Vigilante.

A ex-vice-governadora e ex-deputada distrital e ex-secretaria, Arlete Sampaio, julga que o PT deve ter candidato cabeça de chapa e vê com bons olhos Afonso Magalhães.

“A gente tem que trabalhar com a realidade. Esse sonhado nome com densidade não se apresentou. Não nos cabe ficar inventando. É hora de tomar decisão. É preciso ter vontade e clareza para disputar o GDF. E o Afonso que se colocado com vontade e clareza. Chega de ficar sonhando”, aconselha.

Saiba mais

Segundo Wasny, se o presidente nacional do MTST Guilherme Boulos (PSol) faz a defesa de Lula é coerente para o partido apoiar o PSol no DF. A deputada estadual Manuela D’Ávila (PCdoB/RS) faz o mesmo movimento. Ambos miram o Planalto na eleição.

Hoje a Executiva Regional planeja fazer uma nova reunião sobre a questão. Até 11 de maio, as lideranças esperam enterrar as divergências dentro do partido. Caso contrário, a agremiação definirá o destino majoritário no voto nas convenções, marcadas para 22 e 23 de junho, com maior número de presenças.

Afonso Magalhães é considerado um petista histórico. Participou da Central Nacional dos Movimentos Populares e é econmista aposentado do Banco Central.

Diante de tantas indecisões existe ao menos uma certeza com o PT: não haverá aliança com o governador Rollemberg (PSB).

Tendo o maior tempo de TV e parcela do Fundo Partidário, o PT tem condições de influenciar as eleições também com a força da militância.

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