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Política & Poder

Problemas graves e até indícios de crime serão apontados na CPI da Saúde

Arquivo Geral

06/04/2017 7h00

Atualizada 05/04/2017 22h57

Divulgação/CLDF

Millena Lopes
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Problemas graves de gestão e até indícios de crimes serão apontados no relatório final da CPI da Saúde, cujos trabalhos foram prorrogados por mais 30 dias. Presidente do colegiado, o deputado distrital Wellington Luiz (PMDB) avalia que a investigação da Câmara Legislativa foi produtiva, “apesar das tentativas do governo de praticamente boicotar a CPI”.

Era para ser na próxima segunda-feira (10) a conclusão dos trabalhos, mas, em reunião realizada ontem, os deputados resolveram estender as atividades. Com isso, terão mais tempo para adequar e anexar os sub-relatórios que ficaram a cargo dos integrantes da comissão ao documento final.

Saiba mais

  • Os deputados Wasny de Roure (PT), Wellington Luiz (PMDB) e Roberio Negreiros (PSDB) votaram pela prorrogação de um mês, enquanto Lira (PHS), Luzia de Paula (PSB) e Juarezão (PSB) queriam que os trabalhos fossem estendidos por apenas 15 dias. Quem desempatou foi o peemedebista, que preside os trabalhos.

A ampliação do prazo, conforme o presidente, não implica em convocação de novas testemunhas. “Agora, faremos apenas ajustes administrativos”, explica Wellington, que pediu aos membros da comissão que se esforcem para entregar os textos em, no máximo, dez dias ao relator, deputado Lira (PHS).

Com o grande volume de material que chegou durante as investigações, cada membro da CPI ficou com uma área para analisar, como contratos e compras de remédios, entre outros assuntos.

Achados

Wellington diz que qualquer manifestação dele agora poderia comprometer o relatório, que, segundo ele, será “direcionado” e certamente vai colaborar com a melhoria do sistema. “Os deputados estão trabalhando com muita lisura e transparência. Esperamos que o Executivo acolha nossas sugestões, que visam amenizar o caos que estamos vivendo”, observa.

O peemedebista explica que os parlamentares poderiam ter produzido mais, mas sofreram interferências externas e até tentativas de finalizar a comissão, vindas do Palácio do Buriti. “Apontamos coisas graves, que já estão sendo investigadas e problemas que conseguimos evitar, a exemplo da implementação de organizações sociais para gestão das unidade de saúde. E indícios de crimes que devem ser apurados. Os órgãos competentes ficarão incumbidos de investigar”, finaliza.

Denúncias frágeis

Ao fazer um balanço dos trabalhos da comissão, o deputado Wasny de Roure (PT) aponta “fragilidades” nas denúncias recebidas – o SindSaúde-DF apresentou fitas com áudios de conversas gravadas com ex-gestores da área e até o vice-governador Renato Santana, que mencionou, na ocasião, que haveria um esquema de pagamento de propina na pasta.

A Operação Drácon, na opinião do petista, trouxe “vários rastros de irregularidade”. Ele, inclusive, diz recomendar no relatório que prepara e que deve ser incluído ao texto final que os cinco parlamentares citados – Celina Leão (PPS), Raimundo Ribeiro (PPS), Cristiano Araújo (PSD), Bispo Renato (PR) e Julio Cesar (PRB) – sejam investigados na Casa, pela Corregedoria e Comissão de Ética, conforme prevê o Regimento Interno.

Os cinco são investigados na esfera criminal por denúncia de corrupção passiva. Quatro ocupantes da Mesa Diretora à época, além de Cristiano Araújo, são suspeitos de receber propina para direcionar verbas orçamentárias excedentes da Casa para o pagamento de empresas de UTI.

Representações contra eles foram arquivadas, quando o deputado Juarezão (PSB) assumiu interinamente a presidência. Para Wasny, dar andamento às investigações na Câmara é mais uma oportunidade para que eles se defendam das acusações.

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