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Política & Poder

PDT lança Ciro Gomes e diz que um segundo turno é certo

Arquivo Geral

06/03/2018 7h00

Atualizada 05/03/2018 22h47

Reprodução

Francisco Dutra
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Pelas contas do PDT, Ciro Gomes (PDT) tem fôlego para chegar ao 2º turno das eleições presidenciais. Apostando nesta musculatura, lançará a pré-candidatura de Ciro ao Palácio do Planalto em Brasília nesta quinta-feira, Dia Internacional da Mulher. A sigla também vai referendar o presidente da Câmara Legislativa, deputado distrital Joe Valle (PDT) para o Palácio do Buriti. E apesar do namoro com o PSB no plano nacional, o partido não abrirá mão do nome de Valle para a condução do Distrito Federal.

Segundo o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, a corrida presidencial será pulverizada, seguindo os moldes das eleições de 1989, quando várias candidaturas batalharam pela Governo Federal. “Teremos de 10 a 15 pré-candidaturas. Quem tiver de 15 a 20% das intenções de voto estará no segundo. Ciro estará no segundo turno. É preparado e tem o nome limpo, sem manchas”, crava o cacique trabalhista. Candidato ao Planalto por duas vezes, Gomes cultiva um piso eleitoral próximo de 11% dos eleitores.

A sigla quer assumir o protagonismo da esquerda nacional, para ocupar o espaço perdido do PT. Neste sentido, começa a se aproximar do PSB. A reeleição de Carlos Siqueira para a presidência socialista alimenta esta tese. Mas, uma eventual parceira passa distante do apoio para reeleição do governador Rodrigo Rollemberg (PSB). “Em Brasília, temos a candidatura de Joe Valle como irreversível”, afirma Lupi. Após apoiar a eleição de Agnelo Queiroz (PT), em 2010, e Rollemberg, em 2014, a militância pedetista julga ser o momento de o partido buscar protagonismo no DF.

“O quadro de Brasília está vazio para ser ocupado. E Joe tem boa passagem na Câmara Distrital e apresenta boas ideias. Firmando a candidatura dele, o PDT terá mais força construir alianças”, comenta o presidente nacional. Além do projeto regional, a pré-candidatura para o Buriti garante palanque para Ciro em Brasília, uma das principais conexões de Poder no Brasil. O lançamento das pré-candidaturas será na sede do partido, a partir das 17h.

Dificuldade na Câmara

Se no terreno majoritário o PDT encontrou uma trilha, nas veredas proporcionais para a Câmara dos Deputados, a sigla ainda busca o norte de uma nominata competitiva. “Estamos com uma relativa fragilidade neste caso. Mas na eleição passada estavamos pior”, suaviza o deputado distrital Regionaldo Veras (PDT).

Correndo contra o relógio, a sigla estuda nomes para começar a traçar a nominata para federal. Um nome em gestação é o de Peniel Pacheco, personagem histórico da legenda. Segundo Veras, o partido negocia com o defensor público Kleber Vinicius Melo. O potencial pré-candidato, ainda não filiado, tem alicerces na região de Sobradinho. O nome é bem visto pela cúpula nacional e local.

Nesta eleição, todos os partidos focam na conquista de deputados federais, de olho no fundo partidário e no tempo de televisão eleitoral. Afinal, valores e segundos serão calculados pelo número de cadeiras federais.

Inicialmente, o PDT ponderava escalar o próprio Veras para a Câmara Federal. E o distrital estava empolgado com a ideia. Contudo, a sigla e grupo político do parlamentar abandonaram o projeto, preferindo apostar na reeleição.

A preocupação é plenamente justificada. Afinal, para governar o DF é preciso ter bom trânsito com a Câmara Legislativa. Sem uma base sólida, qualquer governo patina vergonhosamente ou é forçado a cair no infame “toma lá dá cá”.

Ponto de vista

O cientista político da Universidade de Brasília (UnB) David Fleischer julga que a estratégia do lançamento casado das pré-candidaturas de Ciro e Joe tem duas razões. Em primeiro lugar, Brasília é uma vitrine nacional onde toda a imprensa pode repercutir o evento. Em segundo, a legenda acredita que existam chances de vitória de Joe. Na análise de Fleischer, a tendência é de uma eleição de dois turnos no DF. Ao destacar pró e contras de Ciro, Fleischer aponta como fragilidades o hábito de falar muito e a suspeita de corrupção sobre seu irmão Cid Gomes. No caso das forças, o cientista descata a experiência política e fato de ter participado de duas eleições, conseguindo manter um recall de 11% dos eleitores. Nesta equação, ele julga inviável que o PDT herde os votos do PT. “No caso de Joe, o ponto positivo é ele estar terminando o mandado de presidente da Câmara. Negativo? Tem o fato de estar partido errado”, comenta. Para Fleischer, o PDT carece de programa nacional e costuma tropeçar nas próprias pernas durante articulações políticas.

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