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Política & Poder

Ibaneis sobe o tom com oposição para aprovar projetos do SOS Saúde

Arquivo Geral

18/01/2019 15h19

Governador Ibaneis Rocha no lançamento de ação contra a dengue. Foto: Raphael Ribeiro/Jornal de Brasília

Rafaella Panceri
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Deputados distritais que se dizem da oposição ou independentes criticaram o projeto de autoria do Executivo local, referente a mudanças no sistema de saúde pública, enviado à Câmara Legislativa do DF pelo governador Ibaneis Rocha (MDB) na última quinta-feira (17). Para os parlamentares, uma medida dessa envergadura precisaria de meses de discussão. Ibaneis, no entanto, foi categórico ao afirmar que a situação é emergencial e faz parte de uma gestão estratégica para recuperar a Saúde no DF.

“Quem quiser ser contra que assuma a responsabilidade das vidas que estão morrendo. Estou bem tranquilo. A Câmara vota da maneira que quiser. Eu vou dar saúde à população com eles ou sem eles”, desafiou Ibaneis. “Em meses de discussão, várias pessoas vão morrer. Eles escolhem o que eles querem. A partir daí, eu vou entrar com ação contra cada um pela morte de cada cidadão”, sinalizou, e chegou a mencionar um possível “enfrentamento grave”.

“Estou cansado de ver pessoas contando histórias de morte por falta de atendimento. Tenho compromisso com a população. Se esses que querem discutir não têm, fiquem na oposição”, disparou o governador, e disse ainda que os parlamentares, que contam com plano de saúde, podem recorrer aos grandes hospitais. “A população só tem as portas dos hospitais do DF, que estão fechadas por uma gestão ineficiente ao longo dos últimos anos”, comparou.

Caso enfrente dificuldades na aprovação do projeto pela CLDF, o governador afirma que convocará a população para protestar em frente à Casa. “Vou cobrar a presença da CLDF, porque quem está sofrendo é esse monte de gente que procura hospital e não tem atendimento”, defendeu.

“Quero que eles [deputados distritais] rasguem o plano de saúde e vão para a fila do Instituto Hospital de Base. Se tiverem coragem de fazer isso, eu topo suspender o projeto e discutir. Não tenho instrumentos de mão de obra nem compra de insumos para atender às necessidades da população”, justificou.

Fortalecimento

Segundo Ibaneis, as declarações não são ameaças. Ele prevê que, futuramente, medidas em relação ao setor possam ser discutidas com calma. “A secretaria vai ser fortalecida e vai, a cada momento, aumentar o número de concursos públicos, mas no estado em que estamos hoje não temos condições, através de concursos que demoram em torno de seis meses a um ano para serem concluídos, de atender à emergência que temos na saúde”, esclareceu.

“Então as políticas têm de ser feitas”, emendou, e demonstrou abertura a mudanças no texto. “Se tiver algum ajuste pontual, a gente arruma o projeto. Se continuar no modelo atual, estamos piorando e gastando mal os recursos, com muita corrupção dentro da secretaria, compras mal feitas e gastos elevados”, descreveu.

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