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Política & Poder

Ibaneis reserva R$ 43 milhões em crédito para deputados distritais novatos

Arquivo Geral

21/02/2019 15h12

Foto: Raianne Cordeiro/ Cedoc/Jornal de Brasília

Jéssica Antunes
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O governador Ibaneis Rocha (MDB) convidou todos deputados distritais para um almoço e assinou um Projeto de Lei que reserva R$ 43 milhões para que os 17 novatos tenham verba para emendas parlamentares no primeiro ano de legislatura. A medida é de praxe em início de gestões, mas não obrigatória. Em clima republicano, opositores expuseram críticas a projetos como o Passe Livre.

“Eles foram eleitos, não podem perder um ano de mandato. Foi um gesto para disponibilizar recursos para serem utilizados. Temos um conjunto de projetos prontos. Se quiserem aportar, cada um deve escolher livremente o que tem que fazer. Aqueles que tiverem outras ideias e projetos, que apresentem ao governo que vamos dar toda agilidade para licitação”, informou o governador. Com a divisão, cada novo parlamentar fica com cerca de R$ 2,5 milhoes. Os distritais reeleitos ficam com a previsão legal de R$ 18 milhões.

O almoço foi oferecido no Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB), onde Ibaneis passou toda a fase de transição do governo. Opositores, Fábio Félix (PSOL), Arlete Sampaio (PT) e Chico Vigilante (PT) compareceram, assim como os independentes Leandro Grass (Rede), Júlia Lucy (Novo) e Reginaldo Veras (PDT). Nove deputados da base não apareceram, como Daniel Donizet (PSL), Eduardo Pedrosa (PTC), Reginaldo Sardinha (Avante), Roosevelt Vilela (PSB) e Robério Negreiros (PSDB).

O governador valorizou o bom relacionamento. “Estou em meu primeiro mandato político. Quero o melhor para a cidade. Encaminho meus projetos, mas o lugar de discussão é a CLDF”, afirmou o emedebista, que afastou a necessidade de aproximação com a Casa após desgaste de início de governo: “não existe distância”.

Apesar disso, o chefe do Executivo abriu as portas para minimizar os constantes problemas de vício de iniciativa de projetos de lei apresentados pelos parlamentares quando é função do governo. O emedebista se comprometeu a apresentar, pelo Palácio do Buriti, “boas ideias” elaboradas pelos distritais.

“Desde o início, o governador tem dito que quer relação harmônica com o legislativo. Pedir sessão extraordinária e colocar pauta prioritária é da política, do posicionamento que adota. Ele quer dialogar de forma repúblicana. Acho que é positivo. Com 17 novatos, mostra que ele tem um diálogo institucional com a casa. Esse gesto (de convidar para almoço), que deve ser corriqueiro. O próximo deve ser na casa dele”, revelou Cláudio Abrantes (PDT), líder do governo na CLDF.

“O governador ressaltou a importância da ajuda da CLDF na agenda prioritária, como a adequação do orçamento”, descreveu Reginaldo Veras. Independente, o parlamentar que encara a segunda legislatura não faz avaliação positiva do governo. “Ele tem que dar sinais de que quer uma aproximação. A atuação foi péssima nesses primeiros 45 dias, a pior que poderia existir”, declarou.

Fábio Félix (PSOL) fez questão de comparecer, assim como os outros parlamentares que fazem parte da oposição declarada. “A concessão de crédito é um gesto, mas não é novo. Todos deram. Ter emenda é bom porque pode fortalecer as políticas sociais”, minimizou. A presença foi pautada no diálogo e o parlamentar aproveitou a oportunidade para tentar demover o governador de projeto polêmico.

O deputado sentou à mesa com o governador para sugerir retirada do projeto que quer limitar o uso do benefício dos estudantes. “Não vai ser fácil. Vamos ter que nos organizar para lutar. Não vamos dar vida facil ao governo”, revelou Fábio Félix. O chefe do Executivo, porém, não sinalizou que pode voltar atrás. “Deixei claro minha postura e a mantenho. O passe deve beneficiar as pessoas mais carentes e querem analisar o conceito de quem precisa. Estou aberto para sugestões, espero que encontrem um meio termo”, declarou Ibaneis.

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