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Política & Poder

Evangélicos fazem planos para eleger deputados

Arquivo Geral

28/02/2018 7h00

Atualizada 27/02/2018 23h20

Cinco partidos estavam representados em encontro que começou a formalizar a composição da chapa dos evangélicos. Foto: Divulgação

Francisco Dutra
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Partidos com bases evangélicas planejam uma nominata para eleger o maior número possível de deputados federais. A aliança proporcional é um passo para o projeto de união de forças da comunidade para as eleições majoritárias. Para o governo do Distrito Federal, as legendas estão divididas entre a aposta inédita de um nome evangélico ou apoio a um personagem fora destas legendas, mas defensor da família e valores tradicionais. A composição para uma chapa de reeleição do governador Rollemberg (PSB) é improvável.

Na noite de ontem, Pros, PRB, PSC, Podemos e Patriotas, partido católico próximo à agenda evangélica, debateram a estratégia para conquistar espaço na Câmara dos Deputados. Inicialmente, a ideia é montar uma chapa universal ou composições independentes, mas coordenadas. A eleição de deputados federais é fundamental para o sobrevivência e o fortalecimento dos partidos no patamar nacional.

Sem cravar cargos de governador, vice-governador ou senador, lideranças evangélicas avaliam candidaturas majoritárias para o deputado federal Ronaldo Fonseca (Pros), do presidente regional do PRB, Wanderley Tavares, o pastor Egmar (PRB) e o pastor Faad Faraj.

Ao longo dos últimos meses, Tavares tem feito um trabalho intenso nas principais bases evangélicas do DF. Este movimento, o colocou no páreo para o Palácio do Buriti “Meu nome está disposição”, crava o dirigente. Caso viabilize uma candidatura pretende trabalhar com a valorização da família e a inovação na gestão pública. O PRB ainda faz parte da base do governo Rollemberg. Contudo, segundo Wanderley, a legenda discutirá esta situação com o governador ainda em março. Pesquisas definirão a continuidade ou o rompimento.

Ronaldo Fonseca tem sido alvo de pressões para disputar o Senado ou a Vice-Governadoria. “A pressão é grande. Mas eu estou de stand by. Estou vendo a banda passar”, brinca o parlamentar. Por outro lado, os partidos evangélicos buscam também novos nomes e lideranças de outros setores para agregar forças. Por exemplo, alguma siglas estão construindo pontes com o empresário Paulo Octávio (PP).

Para o Buriti, preferência ainda é maior por Frejat

Sem paixões ou ideologias, caso não lancem candidato próprio, os evangélicos estão muito mais próximos de Jofran Frejat (PR) do que de Rollemberg (PSB) ou outros nomes no pré-tabuleiro eleitoral. Frejat tem nome limpo e defende valores tradicionais, simples assim. Por outro lado, apesar dos esforços e da boa vontade, o governador não tem conseguido reforçar os laços com o segmento. Hoje, em cálculo otimista, o chefe do Executivo cai nas graças de 5% da comunidade.

Na avaliação de lideranças, Rollemberg se afasta do segmento pelos gestos. Portaria LGBT da Secretaria da Cultura pesa contra. Além disso, os programas de incentivo da pasta não abraçam a cultura gospel e evangélica. A comunidade também não consegue esquecer os templos derrubados pela Agência de Fiscalização (Agefis).

A aproximação também é minada pela ausência do governador em eventos evangélicos. Neste última Carnaval, a comunidade chamou Rollemberg para participar de um evento da Sara Nossa Terra, com 16 mil pessoas, e outro da Assimbléia de Deus, cujo público foi de 22 mil participantes. Rollemberg não apareceu.

Dificilmente, o governador seria vaiado em ambos, afinal a cultura evangélica é extremamente respeitosa, ainda mais em eventos próprios. Por exemplo, o ex-governador Agnelo Queiroz (PT) compareceu a grande parte das celebrações evangélicas e, mesmo com o governo sendo abertamente reprovado, não foi hostilizado.

Na política gestos são importantes. Para evangélicos, gestos são cruciais. A interlocução do Buriti com as comunidades também tropeça. Apesar de ter o apoio de Ronaldo Fonseca, o governo delega a tarefa para personagens sem grande afinidade com o segmento.

Fé nas urnas: o segmento evangélico ganha força

Pelas contas da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan), hoje no DF vivem mais de 840 mil evangélicos. Segundo projeções do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), dentro de 10 anos, a comunidade evangélica poderá ser a maior do país, superando a católica.

O PSC possui uma nominata para deputados distritais extremante competitiva. Diversos pré-candidatos tiveram 10 mil votos nas eleições passadas.

Grande parte dos membros da Assembleia de Deus Ministério de Madureira, da Assembléia de Deus de Missão, da Sara Nossa Terra e da Universal enxergam com bons olhos uma eventual candidatura de Wanderley Tavares ao Palácio do Buriti.

Entre a comunidade, Rollemberg ainda encontra guarida em forte segmento do Conselho de Pastores Evangélicos e no PROS.

Na eleição passada Ronaldo Fonseca teve 85 mil votos. O nome do parlamentar não aparecia com destaque nas pesquisas antes das urnas.

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