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Política & Poder

Estudantes do DF serão incentivados a fiscalizar as próprias escolas

Arquivo Geral

21/05/2018 23h30

Foto: Gabriel Jabur/Agência Brasília

Francisco Dutra
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Para colocar a pulga da cidadania e do controle social atrás das orelhas de 8 mil estudantes em 200 escolas públicas, a Controladoria-Geral do Distrito Federal lança o 2º Prêmio Controladoria na Escola. Em 2017, o projeto alcançou 4 mil alunas e alunos distribuídos em 104 unidades educacionais. Para este ano, o governo de Rodrigo Rollemberg (PSB) quer redobrar os esforços na iniciativa. Além de aprenderem a fiscalizar a coisa pública, crianças e jovens também são incentivados a formular iniciativas para melhorar o ambiente escolar com as próprias mãos.

Diretores de escolas podem fazer as inscrições no site da Controladoria: www.controladorianaescola.df.gov.br. Na edição de 2018, o projeto sinaliza ter fôlego para atingir 200 unidades educacionais. Resumidamente, as crianças recebem aulas sobre ética e os conceitos básicos de como fiscalizar a gestão pública. Na sequência, os estudantes fazem um pente-fino na própria escola para detectar problemas. Com o diagnóstico pronto, os alunos elaboram um projeto para resolver as pendências. O passo a passo também é chamado de auditoria cívica.

“Desde a primeira edição, esse projeto vem se ampliando, levando a percepção da transparência e da correção na aplicação dos recursos públicos”, destaca o governador Rodrigo Rollemberg. “A corrupção, a omissão e a má gestão acabam drenando os recursos. Mas, mais do que nunca, o país está adquirindo consciência. E não tenho dúvida de que, a permanecer esse programa, teremos uma nova geração muito mais atenta à aplicação do dinheiro público. E no nosso governo, ao colocarmos luzes em todos os processos, nós estamos contribuindo para a melhor aplicação destes recursos”.

Segundo o controlador-geral do DF, Lúcio Carlos de Pinho Filho, tudo é avaliado ao longo do projeto. As unidades com melhor pontuação recebem prêmios para os estudantes e professores. No ano passado, dez escolas foram premiadas. Em 2018, será a vez dos 35 colégios com melhor desempenho. O projeto será dividido em três categorias. A primeira abraça turmas do sexto ao nono ano dos ensinos fundamental, médio e das escolas militares; a segunda, do quarto ao quinto ano do ensino fundamental. A terceira categoria abrange a rede do Serviço Social da Indústria (Sesi).

“No momento em que o aluno fiscaliza a escola, aplica o questionário no smartphone, ele passa a entender também que é parte da solução e do problema”, afirma Pinho Filho. “Então, se tem uma cadeira quebrada, se a escola está pichada, depredada, é porque alguém depredou. E esse alguém pode ser um dos alunos do projeto. Então, eles passam a ter uma autoconsciência, um sentimento de pertencimento”.

Ao final da edição do ano passado, a Escola Miguel Arcanjo, no bairro de São Bartolomeu, em São Sebastião, reformou a biblioteca em função do projeto. Outra unidade fez uma reforma completa nos banheiros. “Fizeram uma vaquinha, uma galinhada, para refazer as instalações”, comemora o controlador. Segundo ele, o projeto fomenta a formação de lideranças para o futuro e também combate o descrença e descontentamento popular com a política. A meta do projeto, afinal, não é apenas aprovar cidadãos críticos, mas pessoas com olhar aguçado e disposição para somar.

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