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Política & Poder

Eleições 2018: PSB vai ao encontro dos tucanos

Arquivo Geral

27/07/2017 6h30

O governador do DF, Rodrigo Rollemberg, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e o governador de São Paulo, Geraldo Alckimim, falam à imprensa após reunião no Palácio do Planalto

Millena Lopes
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O encontro do governador Rodrigo Rollemberg e de outros nomes da cúpula do PSB com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, pode ser entendido sob diversos aspectos. Mas fato é: o que menos o chefe do Executivo fez lá em São Paulo foi discutir a crise hídrica do DF.

Oficialmente, o motivo da viagem foi a assinatura de um termo de cessão de uso de equipamentos hidráulicos do Governo de São Paulo ao Governo de Brasília. Mas os tucanos não escondem que Alckmin está mesmo é costurando apoios para viabilizar a candidatura dele ao Planalto. E, para isso, esteja disposto até a fechar uma aliança com Rollemberg em nível local.

Para desespero do deputado federal Izalci Lucas, que preside o PSDB no DF. E é candidatíssimo ao Palácio do Buriti. “Chance zero”, dispara o tucano ao ser questionado sobre a possível aliança. “Antes de entrar na campanha como pré-candidato, tive o cuidado de conversar com a cúpula do partido e todos me apoiam integralmente”, justifica.

Aos caciques tucanos, Izalci já disse que uma aliança com o partido de Rollemberg seria improvável na capital federal. “Primeiro, o PSB sempre esteve com o PT, e, segundo, Brasília tem que ser prioridade do PSDB nacional. Por ser a capital, é simbólico”, cita, ao dizer que, desta vez, o partido encabeçará uma chapa. “Aqui em Brasília, o PSDB sempre foi coadjuvante. O partido sempre acaba cedendo ou compondo com outra sigla”, lembra.

Sobre a visita da cúpula do PSB ao governador mais importante do País, Izalci diz que trataram apenas de questões nacionais. “O racha do PSB nacional preocupa todo mundo. Alckmin está tentando participar. Se tiver alguma conversa, é para o segundo turno”, reconhece.

Em campanha e “trabalhando de manhã, de tarde e de noite”, ele garante que convenceu a cúpula tucana e que os 46 deputados da bancada está com ele. “Todos me apoiam integralmente. O PSDB nacional vai colocar Brasília como prioridade e vai me ajudar na composição partidária e na formação do governo”, reitera.

Para Izalci, é o próprio governador que está fomentando uma possível – e “improvável”- aliança, já que veria nele um adversário forte para enfrentar nas urnas. Nos bastidores do Buriti, o que se diz é que é cedo para se falar em coligações. Além disso, os desdobramentos da Operação Lava-Jato pode mudar todo o cenário, tanto em âmbito local quanto em nacional.

Qualquer acordo implica uma revisão da coligação que ajudou a eleger Rollemberg em 2018. Forças importantes, como o senador Cristovam Buarque e José Antônio Reguffe já estão afastadas dele. Mas PDT, PSD, SD e Rede, que o apoiaram, podem ficar. Sobre repetir a aliança, o deputado federal Rogério Rosso, presidente regional do PSD, diz que a decisão é colegiada. “Depende do partido, que é feito de pessoas, executiva, diretórios, filiados, liderança”, disse, ao lembrar que o PSD se mantém na base do governo. “Mas isso não significa que eu concordo com tudo o que o Rodrigo faz, com todas as decisões que ele toma”, afirma Rosso, ao dizer que não concordar com o Buriti não significa romper.

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Na segunda-feira, Geraldo Alckmin se reuniu com as principais lideranças do Democratas, que disputa com o PSDB um entendimento com o PSB em nível nacional. Na agenda de ontem, além de Rollemberg participaram do encontro o presidente Nacional do PSB, Carlos Siqueira; o deputado federal Beto Albuquerque (PSB-RS); o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB); o prefeito de Recife (PE) Geraldo Julio (PSB); e o vice-governador de São Paulo, Márcio França. França, que assumirá o governo no ano que vem, é nome do PSB cotado para o mandato seguinte. Quer apoio do PSDB, o que depende de acordo geral.

Nova reforma política deve ser avaliada
Uma aliança entre PSB e PSDB passaria também por uma coligação com o PSD no Distrito Federal. Para o presidente regional do partido, deputado federal Rogério Rosso, é preciso esperar que a reforma política seja enfim votada na Câmara dos Deputados. “Vai ter uma mudança pesada. E isso muda toda a estratégia”, explica.

Uma “movimentação mais eficaz”, nas palavras de Rosso, só poderá ocorrer depois que as regras forem colocadas à mesa. “Sabe quantas vezes eu me reuni com o deputado Izalci para falar sobre eleição de 2018? nenhuma. Ele me conhece, sabe o que eu penso”, diz.

As eleições só começam efetivamente em agosto do ano que vem, lembra Rosso, que reitera: “Ainda é cedo.” O PSB brasiliense hesita em comentar as negociações. Afinal, elas estão sendo conduzidas diretamente por Rollemberg, que tem controle absoluto da seção local de seu partido.

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