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Política & Poder

Dia da Mulher: Celina Leão e a vocação para fazer política

Arquivo Geral

08/03/2017 12h33

Myke Sena/Jornal de Brasília

Millena Lopes
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Acostumada a enfrentar homens e mulheres, a deputada distrital Celina Leão (PPS) é uma das mais brigonas da Câmara Legislativa, como ela mesmo reconhece. Com 40 anos recém completados, ela tem projetos políticos ambiciosos e, no momento, é a principal figura de oposição ao Governo do DF. Os preconceitos, ela conta, vêm de todos os lados. “Mas o mais triste é quando vem de mulher”, lamenta.

A política está no sangue. “Minha família sempre esteve envolvida com política. Minha mãe foi secretária de Estado em Goiás e lutou muito pelos direitos da mulher. Então, eu costumo dizer que tenho mesmo vocação. O exemplo veio de casa”, explica ela, que, desde muito jovem, atua em lideranças. “Você começa a liderar, a aparecer e as pessoas se identificam com você, com seu projeto político”, analisa ela, que já foi secretária de Juventude no DF e está no segundo mandato de deputada distrital.

Na gestão do petista Agnelo Queiroz, a parlamentar assumiu papel de oposição ao governo. E não foi diferente com Rodrigo Rollemberg, governador que ela ajudou a eleger. O rompimento com o chefe do Executivo veio a galope. “Tenho personalidade. Eu rompi com o Rodrigo, porque ele se distanciou do que eu acreditava. Olha, eu já enfrentei adversários complicados, como o governador Agnelo, mas o Rodrigo é o mais maquiavélico de todos”, ataca a deputada, com a costumeira firmeza.

Os projetos políticos são grandes. Mas ela não crava ainda se pretende se candidatar ao Governo do DF nas eleições do ano que vem, como é constantemente instigada nas redes sociais. “A população está de saco cheio da atual gestão. As pessoas no DF querem ter a sensação de governo. E nosso mandato faz muitas cobranças. Mas candidatura mesmo depende é da vontade da população do DF. E eu sou jovem ainda”, aponta.

Preconceito

Pela postura que tem na política, ela disse que ouve recorrentemente piadas machistas. “Dizem que sou o único homem que existe na Câmara. Como se coragem fosse inerente somente aos homens”, observa.

Vítima de preconceito desde que se lançou na política, ela vai driblando o machismo aqui e ali. “No começo, era um pouco mais complicado. Mas depois que você firma uma personalidade, não tem diferença. O preconceito a gente vai vencendo com o trabalho”, conta.

Durona na política, em casa, ela é pura doçura. Casada com o engenheiro Fabrício Faleiros, e mãe de Bruna e do Pedro, é dedicada à família. “Eu consigo preencher os requisitos de mãe carinhosa e que cuida dos filhos. Quando estou com minha família, tento ser integralmente deles”, derrete-se, enquanto atende ao telefone no meio da folga que tirou para comemorar o aniversário de 40 anos com eles.

Loira, bonita e vaidosa, a deputada é constantemente vista nas quadras de futevôlei da cidade. As partidas elatenta encaixar entre a concorrida agenda política. “Eu tento fazer valer meu mandato”, resume a aliada do senador Cristovam Buarque.

Ex-presidente da Câmara Legislativa, neste mandato, Celina já conseguiu levantar várias frentes para derrotar planos do governador na Câmara. E não poupa críticas à gestão de Rollemberg. O que é mais difícil na trajetória atual? “Vencer toda essa força, de corrente contrária em cima do nosso mandato”, crava a deputada, que foi afastada da presidência da Casa no ano passado, depois de deflagrada a Operação Drácon, em que ela é investigada.

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