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Política & Poder

Caixa de Pandora: Rosso promete reação contra detratores e responde sobre atuação no governo Arruda

Arquivo Geral

16/09/2016 20h58

Antônio Cruz/Agência Brasília

Eric Zambon
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Arrolado como testemunha no processo resultante da operação Caixa de Pandora, o deputado federal Rogério Rosso (PSD) foi interpelado quase como réu pelo ex-secretário de Ordem Pública e ex-Corregedor-Geral do DF, Roberto Giffoni. A audiência aconteceu na 7ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT), por volta das 16h30 desta sexta-feira (16).

Antigo “xerifão” do governo de José Roberto Arruda, também réu no processo, Giffoni advogou em causa própria e compareceu pessoalmente à reunião. Frente a frente com Rosso, perguntou reiteradas vezes sobre pagamentos de dívidas a empresas de tecnologia no período em que o deputado foi presidente da Codeplan, entre 2007 e 2009. O ex-secretário ainda o provocou a comentar sobre sua proximidade com Durval Barbosa, delator do suposto esquema de propina que culminou na ação da Polícia Federal e implodiu o governo Arruda.

Giffoni, que é um dos alvos do Ministério Publico do DF e Territórios (MPDFT) no processo, foi repreendido pelo juiz Paulo Carmona em certo momento por “não ser hora de fazer sua alegação final”. No instante em questão, o ex-secretário usou as respostas do deputado para alegar que ele nada tinha a ver com os crimes investigados na Caixa de Pandora.

Para quase todos os questionamentos, Rosso respondeu que “não se recordava” dos fatos, pois aconteceram há quase dez anos, e afirmou jamais ter participado ou presenciado qualquer ato ilícito. Eleito indiretamente pela Câmara Legislativa em 2009 após a queda de Arruda e a renúncia de seu vice, Paulo Octávio, o hoje presidente do PSD no DF afirmou ser vítima do “baixo meretrício da política local”. Ele também acusou seu colega de Casa, o deputado Alberto Fraga (DEM), de tentar atingi-lo politicamente.

Sobre Durval Barbosa, porém, Rosso admitiu manter boa relação com ele devido a uma amizade de longa data, iniciada em 2002. Ambos teriam trabalhado na campanha de reeleição de Joaquim Roriz e suas respectivas esposas à época seriam amigas. Mais recentemente, o cunhado da mulher de Durval faria parte do quadro de funcionários de Rosso.

Ramificações

Na última-quinta (15), Fraga voltou a afirmar em audiência no TJDFT que Durval Barbosa tem um vídeo de uma reunião com Rosso. Desta vez, no entanto, ele negou ter visto o federal recebendo propina, “apenas se encontrando”. O líder do PSD se valeu dessa contradição para reiterar inocência e ainda desqualificar outro envolvido que o acusa de ter recebido propina, o técnico de informática Francinei Arruda Bezerra. Rosso afirmou ter “asco” do rapaz e disse que ele tentou se filiar, sem sucesso, ao PSD antes de depor contra o deputado.

Ao ser perguntado por Paulo Emilio Cattapreta, advogado de José Roberto Arruda e do ex-chefe da Casa Civil, José Geral Maciel, sobre o motivo de não ter movido processo contra seus supostos detratores, Rosso afirmou que “aguardava justamente esta audiência”. Segundo o federal, ele estava colhendo provas e aguardando “o momento certo” para reagir contra as acusações sofridas.

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