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Política & Poder

Aplaudido por lojistas do DF, Bolsonaro defende corte de gastos e redução da maioridade penal

Arquivo Geral

21/03/2018 7h00

Atualizada 20/03/2018 23h04

Bolsonaro entre os integrantes de associações comerciais: apoio a teses como o enxugamento do estado e mais disciplina. Foto: Kleber Lima

Camila Costa
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Com um discurso em defesa da militarização das escolas, da legalização de uma sociedade armada e de uma educação longe da discussão de gênero, o pré-candidato à Presidência da República do PSL e deputado federal Jair Bolsonaro, agradou ao público presente na sabatina proposta pelo Movimento Limpa Brasil (MLB) e a Associação Comercial do DF (ACDF). Jair Bolsonaro falou ainda em reduzir para 15 os ministérios, acabar com as estatais e reduzir a maioridade penal. A plateia, composta majoritariamente de representantes do comércio, aplaudiu aos gritos de “meu presidente”.

O comportamento do setor ainda não pode ser interpretado como um voto certo ao ex-militar, já que os grupos empresariais tendem a esperar para onde tende a intenção de voto. Mas segundo o presidente da ACDF, Cleber Pires, o caminho deve ser em busca de uma mudança radical. “Tenho dito todos os dias para as pessoas: não se mude do Brasil. Mude o Brasil. Podemos fazer isso de forma corajosa, como esse deputado tem dito”, afirmou Pires.

O discurso do empresário foi validado por outros representantes do comércio na sabatina. A cada proposta colocada à mesa por Bolsonaro, palmas e mais palmas eram ouvidas no auditório da ACDF, na sede da associação, no Setor Comercial Sul (SCS).

Debate de gênero

Ao ser questionado sobre a educação de gênero nas escolas, o pré-candidato reforçou o que já tem deixado claro na Câmara dos Deputados e nas redes sociais: “quem ensina sexo é papai e mamãe”. Para ele, a educação sexual foi inserida pelo PT e deve ser abolida das escolas do país. “Seja hétero, seja homo, não estamos preocupados com o que as pessoas fazem com o corpo”, resumiu.

Outro ponto polêmico edas propostas de Bolsonaro é a privatização das estatais. “O governo militar foi prodígio em ter estatais, temos cerca de 150, mas não passam de cabides eleitorais. Não temos que privatizar, temos que extinguir, pois nem de graça vão querer”, disse.

Um dos ministérios que será apagado do mapa, caso Bolsonaro seja eleito, é o das Cidades. “Podemos entregar o recurso direto para as administrações.”

Apoio ao porte de armas

Seguindo a linha do também deputado federal Alberto Fraga (DEM-DF), Bolsonaro defendeu a aprovação de projetos que permitam o cidadão comum a portar armas. Segundo ele, é importante que o Brasil tenha, inclusive, todos os tipos de armamento, para que o cidadão possa escolher se quer portar uma pistola ou até mesmo um fuzil. “Pergunte a uma mulher se ela quer tirar da bolsa a lei do feminicídio ou uma arma. No que depender de mim, dou fuzil a fazendeiro”, falou, ao chamar integrantes dos MST de marginais. “Eles invadem as fazendas e não acontece nada. O ser humano só respeita o que ele teme”, justificou.

Moeda de troca

A ideia do pré-candidato é apresentar um estudo que possa embasar uma reforça política que acabe com as moedas de trocas no governo. Segundo Bolsonaro, já existe um estudo em andamento que abordará ainda a reforma da previdência, com o objetivo de acabar com as incorporações do serviço público. “Precisamos governar longe dos porões do Jaburú”, indicou.

Saiba mais

“Estão correndo com o processo contra mim porque eu disse que a deputada Maria do Rosário (PT-RS) não merecia ser estuprada. Querem me tirar do processo eleitoral, mas vamos em frente”, disse Bolsonaro. O deputado federal foi condenado pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDF) a indenizar Maria do Rosário em R$ 10 mil por danos morais. Ele recorreu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), mas perdeu. O caso está no Supremo Tribunal Federal (STF), após Bolsonaro entrar com novo recurso. Bolsonaro é processado criminalmente pela Procuradoria-Geral da República por incitação à violência.

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