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Saúde

Obesidade pode comprometer fertilidade em homens e mulheres

Arquivo Geral

25/11/2014 10h00

A obesidade e o sobrepeso causam diversas consequências para a saúde. Uma delas é a infertilidade, tanto feminina quanto masculina. Diversos estudos revelam que a obesidade provoca alterações que comprometem a fertilidade. Nas mulheres, o excesso de peso afeta o processo de ovulação e, nos homens, causa uma redução do número de espermatozoides. Um dos estudos mais recentes – realizado por uma equipe de pesquisadores americanos ligada ao Brigham and Women’s Hospital e ao Harvard Medical School – examinou a qualidade dos óvulos e embriões de mulheres com diferentes categorias de Índice de Massa Corpórea (IMC). O resultado: mulheres com sobrepeso e obesidade apresentaram redução significativa do pico dos níveis de estradiol e um número menor de embriões a cada ciclo.       

O excesso de peso também diminui as chances de obter resultados positivos nos tratamentos envolvendo as técnicas de reprodução humana assistida. As probabilidades de insucesso no tratamento e na gravidez aumentam significativamente em pacientes obesos. A produção de estrogênio, hormônio sexual feminino, está associada à gordura corporal e o seu excesso no organismo causa um desequilíbrio hormonal e diminui as chances de engravidar.  “A obesidade causa irregularidade nos ciclos menstruais, diminuição de ciclos ovulatórios e compromete a capacidade reprodutiva. Por isso, a mulher que deseja ter filhos e está acima do peso deve buscar orientação médica e nutricional antes de iniciar o tratamento”, afirmam os médicos Jean Pierre Barguil Brasileiro e Vinicius Medina Lopes, especialistas em Reprodução Assistida e diretores do Instituto Verhum. No sexo masculino, a obesidade reduz o nível de testosterona e aumenta o de estradiol, prejudicando a produção de esperma.           

Segundo os especialistas, além de causar infertilidade, elevar as taxas de aborto e aumentar os riscos da gravidez, a obesidade pode causar complicações sérias, colocando a vida da mãe e do bebê em risco durante e após o parto. “Mulheres obesas apresentam um risco muito maior de partos prematuros, hipertensão arterial e diabetes relacionada à gestação e pré-eclâmpsia. Essas mulheres também apresentam, com mais frequência, infecções de feridas cirúrgicas e complicações anestésicas”, diz Jean Pierre.       

Os médicos lembram ainda que a Síndrome dos Ovários Policísticos ocorre mais frequentemente em mulheres obesas. “A infertilidade e a amenorreia (ausência regular de menstruação) também são consequências da Síndrome”, explica Vinicius Medina.            

Por outro lado, as dietas e a prática de exercícios exagerados também causam uma diminuição no número de espermatozoides e, nas mulheres, podem causar ausência de ovulação. O uso de anabolizantes também prejudica o funcionamento dos testículos, resultando em uma produção de espermatozoides com baixa capacidade de fecundação. “Manter-se dentro do peso adequado de acordo com sua altura é o ideal”, diz Medina.      

Dados – Segundo os dados do IBGE, em 1970, cada mulher brasileira tinha, em média, 5,76 filhos. Em 2010, essa média caiu para 1,9 filho.  A obesidade é apontada pela Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso) como um dos principais fatores de redução da taxa de fecundidade da população. “Considerando que quase metade da população brasileira é obesa ou está acima do peso, esse é um dado bastante preocupante”, alertam os médicos.    

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