Responsável pelo enfraquecimento dos ossos, a osteoporose, de fato, é mais comum em mulheres a partir dos 50 anos. Não é à toa que a preocupação com a doença está consolidada entre o público feminino. Mas engana-se quem pensa que o problema é exclusivo delas. Os riscos são iguais para homens e, portanto, merecem a mesma atenção.
Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), João Bastos Freire Neto, a osteoporose tem início na infância, mas as consequências só aparecem na fase adulta. Isso porque, explica ele, a doença está relacionada ao estilo de vida da pessoa.
“A osteoporose nada mais é do que a perda da densidade óssea, ou seja, a massa que preenche os ossos. E essa falência faz com o que ossos fiquem cada vez mais finos e fracos, o que favorece a possibilidade de fraturas no caso de queda. Porém, essa falha do corpo depende da rotina do paciente desde os primeiros anos de vida”, alerta.
O médico ressalta que se a pessoa aposta em uma alimentação saudável e rica em cálcio e vitamina D, além de praticar atividade física, o risco é quase nulo. Evitar o tabagismo e o consumo de álcool também previne a doença. “Entre os 20 e 30 anos, adquirimos o máximo de massa óssea, mas depois o corpo começa a perder. É nesta fase que o estilo de vida vai influenciar, pois o processo de perda de densidade óssea será maior e mais rápido naquelas pessoas que não seguiram hábitos saudáveis”, completa, ressaltando que o pico de massa óssea na mulher é naturalmente menor por questões hormonais.
Exame
Entretanto, isso não significa que a osteoporose não arrisque a vida dos homens na fase adulta. “A doença é silenciosa e para todos. Os únicos que escapam são os que se permitem uma vida saudável. Portanto, qualquer fratura de um osso após uma queda é sinal de alerta, logo é importante fazer o exame de densitometria óssea”, conclui João, ressaltando que o tratamento é feito com medicamentos e visa aumentar a massa.
Para o aposentado Wilson Monteiro, 96 anos, a rotina saudável é o que garantiu uma velhice tranquila: “Atualmente, apenas caminho, mas quando eu mais novo praticava muito esporte e nunca fumei nem bebi. Acredito que foi graças ao meu estilo de vida que, hoje, não tenho nenhum problema”.
Riscos
O Dia Mundial da Osteoporose, comemorado na próxima segunda-feira, serve de alerta para homens e mulheres, já que as consequências são as mesmas para ambos. A doença atinge uma em cada três mulheres e um em cada cinco homens.
Estima-se que o risco de homens com mais de 50 anos de sofrer fratura osteoporótica é de 27%, enquanto que o risco de ter câncer de próstata é de 11,3%.
Um terço de todas as fraturas de quadril em todo o mundo ocorre em homens, com taxas de mortalidade de até 37% no primeiro ano após a fratura. Isso faz com que eles sejam duas vezes mais propensos que as mulheres a morrer depois de uma fratura de quadril.