Menu
Política & Poder

Agnelo acusa adversários de estelionato eleitoral

Arquivo Geral

27/10/2014 8h20

Candidato por uma ampla coalizão em 2010, o governador Agnelo Queiroz (PT) não conseguiu ir ao segundo turno em 2014. Seus partidários culpam traições de aliados e problemas dentro do governo, mas o atual chefe do Executivo acredita que sua gestão, apesar da avaliação negativa, foi realizadora e que entregará para seu sucessor um Distrito Federal melhor do que recebeu após a crise que assolou a cidade entre os anos de 2009 e 2010.

 Agnelo acusa seus adversários de “estelionato eleitoral”, garantindo que as promessas deles se resumem a ações de seu governo, todas elas licitadas ou já em curso. O governador afirma que não tem ideia do seu futuro político, mas garante que está trabalhando para deixar a cidade melhor do que recebeu e que, independente do vencedor , fará uma transição tranquila. 

Como o senhor avalia seu governo nesses quase quatro anos? 

Tivemos um governo muito exitoso. Nós atingimos nosso objetivo de resgatar a cidade na área administrativa e orçamentária. Encontramos a cidade em um caos muito grande, sem prestação de contas dos seus empréstimos, com nome sujo na praça, inadimplência para todo o lado e nós resgatamos a credibilidade dela. Mudamos a política de saúde, de educação, de transporte, de combate à desigualdade, de meio ambiente e de habitação. Hoje está tudo em curso e a população já tem esses benefícios. Em resumo, temos políticas públicas em todas as áreas e resultados. Essas políticas darão melhores condições para quem assumir.

O que faltou no projeto do senhor para que a população lhe desse um segundo mandato?

Eu acredito que a gestão em si não foi plenamente avaliada porque o ambiente da política estava contaminado, por tantas críticas a minha gestão. Eu enfrentei, no início do meu governo, o crime organizado e o derrotei. Depois, houve um cerco muito grande de alguns meios de comunicação, no sentido de só pontuar os defeitos e não as realizações. Eu acredito que o período eleitoral foi muito importante para mostrar o que fizemos. A população ficava surpresa e dizia que não sabia que tínhamos feito tantas coisas.

O senhor se sentiu traído por aliados que estava em seu governo e pediram votos para seus adversários?

Isso sempre ocorre. Em qualquer lugar tem gente boa e gente sem caráter. Essa não é a questão central. Eu não me senti traído em absoluto, pois a traição maior é da pessoa com ela própria, com sua consciência. Quem praticou esse ato só poderá ver a gravidade depois que comparar a nossa gestão com a próxima, daí ela poderá ver que cometeu um ato contra o nosso povo. O governo tinha uma base ampla e plural, mas parou aí. Às vezes ocorre isso. Não foi a regra e sim uma exceção. A maioria da nossa base trabalhou de forma unida, tanto que nossa campanha foi disparadamente a maior nas ruas. As outras nem existiam em relação a nossa militância.

O senhor disse que nenhum dos candidatos merecia seu voto. Por que?

Eu não tenho confiança em nenhum dos dois. Eles fizeram uma corrida para ver quem prometia mais de forma desesperada, sem consistência. Eles fizeram estelionato eleitoral. Um deles tem uma aliança horrorosa, com tudo que não presta na cidade. O outro, além de nunca ter administrado nada, ainda se cerca do que tem de pior, trai seus princípios e tradições. É difícil que um traidor, no futuro, tenha uma postura de dignidade, mentindo de forma descarada. Antes não sabia de nada, agora usa dos nossos dados e do que eu falava. Por isso eu não acredito na capacidade de nenhum dos dois ou que eles darão a resposta que quer a nossa cidade.

Onde o governo poderia ser melhor?

Eu tinha que dar uma atenção maior a nossa comunicação e não achar que é só fazer que virá o reconhecimento. Nessa parte eu falhei. Deveria ter feito mais com as mídias alternativas, porque algumas partes da mídias não tinham interesse de mostrar as coisas boas que fizemos para a nossa cidade. Esse foi um erro grave. O outro foi característica minha, pessoal. Por eu ser um médico e só pensar em fazer, me dedicar e não preocupar em mostrar, mais preocupado em melhorar a vida da nossa população. Eu desafiei os meus adversários a mostrar uma única área em que não tivemos melhorias nos índices contra os outros governos ou qualquer um do grupo deles. Está mantido esse desafio. Nenhum fez, por isso temos um governo realizador, que pensou no futuro.

Quais os planos do senhor para depois do dia 31 de dezembro?

Ainda não tenho. Estou trabalhando de forma dedicada. A eleição foi no dia 5 de outubro e no dia 6 eu estava no Buriti, logo cedo, dando posse a servidores públicos e não parei um minuto depois disso. Quero deixar uma cidade organizada, com serviços públicos funcionando, cidade limpa, sem buracos e funcionando. Não tive tempo de pensar no que vou fazer. Pretendo continuar na política. Eu devo tirar uns meses para descansar e respirar, porque foram quatro anos de dedicação e entrega. Vou cuidar da minha família, da minha saúde, descansar, continuar atento e me posicionando, cobrando as coisas que eles prometeram, mas não no início, pois vou dar tempo para eles executarem. Eles terão todas as condições de fazer melhor, porque falam de má-administração, mas acho que não é má-fé e sim desconhecimento. Um tem oito anos que está de pijama em casa, sem saber de nada. O outro ficava no Senado, mas quando aprovei o empréstimo do BID em setembro ele não estava lá para votar por Brasília. Então são esses os candidatos que vão governar Brasília.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado