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Política & Poder

Candidatos do DF elevam o tom em debate

Arquivo Geral

26/08/2014 9h00

A postura agressiva de todos os candidatos marcou o debate do SBT. Os concorrentes ao  Buriti já vinham trocando ataques em outras oportunidades, mas ontem, a situação esquentou. A prova disso foi o número de pedidos de direito de resposta: cinco, em todo o programa.

Também foram feitas acusações de acordos tácitos entre os candidatos. De um lado, José Roberto Arruda (PR) e Luiz Pitiman (PSDB) se mantiveram sem trocar ofensas, enquanto Agnelo Queiroz (PT),  e Toninho do PSOL teriam formado uma “frente de esquerda”. Pitiman incluiu Rodrigo Rollemberg (PSB) nessa frente. No entanto, nem mesmo a suposta proximidade ideológica evitou que Agnelo e Rollemberg se desentendessem.

Perfil psicológico

Logo no início do debate, Toninho, psicólogo de formação, tentou traçar um perfil de Arruda. “Você tem uma personalidade de dissimulação. É grave o que ocorreu com você, condenado em segunda instância”, disse.

A resposta do candidato do PR veio no mesmo tom. “Vou falar como engenheiro. Te falta estrutura para discutir o futuro de Brasília. Vamos aproveitar para discutir.  Cada um tem sua consciência e cuida de si”, respondeu.

Quando o assunto foi a saúde pública, Agnelo perguntou a Rollemberg quais seriam as propostas do adversário na área. Ao fazer a pergunta, o petista mencionou realizações, como a contratação de 15 mil profissionais. 

O candidato do PSB aproveitou a resposta para fazer uma crítica. “Se você de fato gastou e contratou o que está falando que, isso mostra a incompetência da sua gestão, já que tantos pontos são criticados. Um secretário dizendo que alta de médico é culpa das pessoas é o retrato disso”, afirmou.

O governador criticou a trajetória política de Rollemberg e também a suposta falta de soluções para a saúde. “O que eu esperava: você não tem proposta. Em 25 anos, você não tem nada a apresentar a essa cidade“, atacou.

São todos contra todos
 
Se nos primeiros debates as críticas eram direcionadas basicamente ao governo Agnelo e a processos judiciais que Arruda enfrenta, a situação mudou. Agora, Rollemberg também é criticado pelo petista, enquanto Toninho e Pitiman passaram a trocar ofensas.
 
Confronto desenha “linhas auxiliares”
 
1. A maior proximidade das urnas e a briga por uma vaga no segundo turno acirraram o conflito entre os candidatos no debate de ontem. Imagina-se que o tom subirá ainda mais nos próximos.
 
2. Previsivelmente, o confronto maior ocorreu entre o líder nas pesquisas, José Roberto Arruda, e Agnelo Queiroz. Desta vez, porém, Toninho Andrade alfinetou Agnelo muito menos, assim como Luiz Pitiman e Arruda se aproximaram ainda mais do que em no debate anterior.
 
3. Toninho acusou Pitiman de ser um candidato para fazer uma “linha auxiliar” da candidatura de Arruda. Na réplica, Pitiman devolveu a acusação afirmando que Toninho só está na disputa para auxiliar a campanha de Agnelo. Chegou a falar em “frente de esquerda”.
 
4. Rodrigo Rollemberg e Agnelo Queiroz, que disputam vaga no segundo turno — e, em situação extrema, podem ser os adversários nessa reta de chegada — também se chocaram, embora não com o mesmo tom do debate anterior.
 
5. Arruda afirmou que Agnelo não conseguiu cumprir sua promessa de resolver o problema da saúde em apenas três meses. “Esse sistema de saúde que você vê só tem na propaganda do PT. Não adianta colocar a culpa em governos anteriores se você teve quatro anos para resolver o problema”, disse. A mesma acusação foi feita com relação a transportes e educação.
 
6. Agnelo rebateu afirmando que Arruda estava mentindo. “É a velha maneira de fazer política do Arruda. É um discípulo da inverdade”, afirmou o governador.
 
Presença do PT em golpe vira tema central
 
Um dos momentos mais tensos ocorreu quando Arruda respondia uma pergunta sobre o golpe que afirma ter sofrido. O candidato do PR mencionou também o suposto envolvimento do PT com a sua queda. “Existe uma ação do Ministério Público em que sou colocado como vítima de chantagem”, atacou.
 
Quem comentou a resposta de Arruda foi Agnelo, que contra-atacou. “É impressionante o desprezo com a população. É a terceira versão que ele conta. Primeiro teria sido o partido dele, o DEM, depois o Roriz, depois fui eu. Golpe é comprar apoio de deputado”, alfinetou.
 
As ofensas continuaram na tréplica do ex-governador. “Você está lembrando do João Dias entrando no Palácio? Lembra também da amizade com Carlinhos Cachoeira, da casa que comprou dele?”, disse, entre interrupções do petista.
 
Em outro momento tenso, o atual governador afirmou que não enfrents processos judiciais.  Arruda aproveitou para afirmar que Agnelo responde a cinco processos no Superior Tribunal de Justiça. O petista voltou a se defender. “Não tenho processo nenhum, nenhuma denúncia, nenhuma condenação. Isso é que é importante para a sociedade”, disse. Mas Arruda mostrou: os processos existem.

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