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Política & Poder

Em 2018, população do Distrito Federal já votará em administrador

Arquivo Geral

21/04/2016 6h30

Em outubro de 2018, quando os brasilienses forem às urnas para escolher governador, senadores e deputados federais e distritais, poderão também votar em administradores para as regiões do Distrito Federal. Pelo menos esta é a intenção do governador Rodrigo Rollemberg, que garante: cumprirá a promessa de campanha na próxima semana, quando enviará à Câmara Legislativa projeto que trata do tema.

Segundo a proposta do Executivo, o candidato deve estar filiado a um partido político e deve ter domicílio eleitoral na região administrativa onde vai concorrer. Palavras do governador, que visitou a redação do Jornal de Brasília e o estúdio de rádio do programa JBr. No Ar, na tarde de ontem. 

As regiões administrativas podem sofrer mudanças, conforme indica Rollemberg: “As regiões  serão definidas pela Câmara Legislativa, a partir de iniciativa do governador.”

A eleição direta para administrador, diz Rollemberg, é mais que o cumprimento de um compromisso de campanha. “É, ao mesmo tempo, uma convicção de que quem tem melhores condições de escolher o administrador da cidade é a população que mora lá, que conhece os problemas, conhece as pessoas da cidade”, destaca. 

Debate

Antes de ser aprovado, o projeto deve ser amplamente discutido pelos parlamentares e pela população. “Queremos fazer um grande debate com a Câmara Legislativa e com a população”, promete. “Vamos ampliar os processos democráticos e a participação popular”, resume.

Rollemberg está convicto de que o governo não terá problemas com a tramitação do processo na Casa. “Estamos aperfeiçoando a democracia. No nosso entendimento, este é um desejo da população. Tenho convicção de que a chance de isso passar é muito grande. E vamos trabalhar neste sentido”, diz.

As eleições diretas, na opinião do chefe do Executivo, não ferem o princípio constitucional de indivisibilidade do DF. “Vai ser  eleição para o administrador da região, não é o prefeito. Será como é hoje. A diferença é que, agora, ele é indicado pelo governador e, depois, será escolhido pela população”, esclarece.

Histórico não é bom

Em fevereiro de 2015, o Governo do Distrito Federal enviou projeto de lei para a Câmara Legislativa para regulamentar o Artigo 12 da Lei Orgânica do DF e, assim, criar os conselhos de representantes comunitários.

No texto, havia a proposta de reduzir a quantidade de administrações regionais de 31 para 25. Como houve resistência dos parlamentares com relação ao projeto à época, o governo retirou o texto da casa legislativa para reavaliá-lo.

Agora, um texto renovado, mas que não descarta a redução de administrações será reenviado para que a Câmara abra o debate.

O governo não tem, ainda, base aliada formada na Casa e a matéria pode não tramitar com tanta facilidade, como prevê o governador. A não ser que ele continue a afagar os deputados distritais, como começou ontem.

Governo deve entrar em nova fase

No anúncio do novo secretário de Justiça e de cinco novos administradores regionais, o governador Rodrigo Rollemberg deixou claro que entra em uma nova fase do governo. Depois de organizar a vida financeira do Distrito Federal, “apesar da crise do País”, agora, vai se dedicar aos problemas da cidade. Tudo indica que ele inaugura também um novo tempo na relação com a Câmara Legislativa. 

Implementou a Secretaria Adjunta de Assuntos Legislativos na Casa Civil e nomeou José Flávio de Oliveira.  Com isso, a pasta passa a ter quatro secretarias-adjuntas: além dela, a da Casa Civil, de Fábio Rodrigues Pereira; a de Relações Institucionais e Sociais, de Igor Tokarski; e a de Ciência, Tecnologia e Inovação, de Oskar Klingl.

Para fazer interlocução com os administradores, o governador escalou o ex-administrador do Itapoã, Eduardo Rodrigues, do PSB, enquanto a prometida Secretaria de Cidades não é implementada.

Articuladores

Tanto Tokarski quanto José Flávio trabalharão na articulação, segundo Rollemberg. Enquanto o primeiro cuidará das relações com o setor produtivo, federações e sindicatos, o segundo tratará diretamente com os deputados.  

Reivindicação antiga dos parlamentares, a presença do experimentado articulador pode melhorar a relação com o Legislativo . “José Flávio é conhecido, tem uma  excelente relação com os parlamentares. A ideia é azeitar essa relação do governo com o Parlamento. É uma questão importante para que a cidade possa andar”, afirma Rollemberg. 

Na Justiça, indicação é de Sandra Faraj

Uma nomeação anunciada ontem intrigou alguns deputados, que criticam os superpoderes da distrital Sandra Faraj (SD). Como se especulava, é dela a indicação de  Marcelo Lourenço Coelho de Lima para a Secretaria de Justiça. Ela tem  cargos também na Terracap e na Administração Regional de Taguatinga. 

Ela reconhece que tem relações com Lima, mas diz que apenas “chancelou” o nome dele para o cargo. “Ele foi identificado pelo potencial dele e pela capacidade de gestão. Coincidentemente, era uma pessoa que eu tinha relação. Chancelei porque é um nome que vale a pena”, aponta.

Sandra  fez questão de acompanhar o anúncio do governador e foi saudade “com muita alegria” por Rollemberg, ao ser citada. Mas negou que tenha prometido mais apoio ao Palácio do Buriti na Câmara. “Eu já tenho estado na base do governo desde o início do mandato”, explica. “A secretaria tem perfil técnico”, ela conclui, apesar da “chancela”.

O novo secretário tem 42 anos e é mineiro da capital. Em Brasília desde 1982, foi coordenador e consultor especial do governo local para formulação do plano para assuntos da Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal, no governo de José Roberto Arruda, em 2007. Trabalhou no gabinete de Sandra Faraj e foi subsecretário de Avaliação e Gestão da Informação da antiga Secretaria de Assistência Social e Desenvolvimento Humano.

Todos iguais

Aos deputados insatisfeitos, o governador diz que, ao contrário do que reclamam, não há preferências por deputado A ou B. Todos têm tratamento igualitário, ele disse. “Temos  respeito e apreço por todos os deputados distritais. A política é muito dinâmica. Em determinado momento, em função das características de uma pessoa filiada a um determinado partido ou vinculado a um determinado parlamentar, pode dar essa impressão”, argumenta. 

Critérios técnicos e políticos

As indicações para as administrações regionais atendem a demandas dos deputados, dos partidos da base e, principalmente, da sigla do governador. “Seria uma hipocrisia dizer que não há uma relação política na escolha (dos administradores regionais anunciados ontem), mas são pessoas que atendem a critérios técnicos”, argumenta Rollemberg.

Alessander Carregaria Capalbo será o novo administrador do Itapoã. Ex-padre, ele já foi assessor do ex-vice-governador Tadeu Filippelli e se candidatou a deputado distrital em 2014 pelo PMDB. Entraria na cota da Rede, já que seria indicação do ex-chefe de gabinete, Rômulo Neves.

No Lago Norte/Varjão, reassume Marcos Woortmann. Indicação da Rede, embora não contemplasse nenhum dos dois  distritais da sigla – Cláudio Abrantes e Chico Leite. 

 Alessandro Fabrício Clemente Paiva foi nomeado para o Lago Sul/Jardim Botânico e  vem do PSB. Ex-assessor do  secretário de Mobilidade, Marcos Dantas, foi ele quem levou Rollemberg para se batizar em uma igreja evangélica, em agosto passado.

Na conta dos Roriz

Para o Paranoá, foi  nomeado Roberto Charles Bezerra. Indicação da deputada Liliane Roriz (PTB), Bezerra é filiado ao PRTB, antiga sigla da parlamentar. 

Samambaia permanece sob a tutela do PRB. Sai Claudeci Luart e entra Paulo Antônio da Silva, que foi candidato a vereador em 2012, em Valparaíso de Goiás (GO).

 André Brandão, indicação do PTN, já estava no comando do Guará e, agora, acumula a Administração Regional do SIA.

 


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