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Política & Poder

GDF adia reunião com sindicalistas para tentar convencer categorias a aceitarem acordo

Arquivo Geral

06/10/2015 6h00

Millena Lopes

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Com a iminência de uma greve geral já a partir dessa semana, o Governo do Distrito Federal adiou a reunião com os sindicalistas para apresentar uma nova proposta de pagamento dos reajustes que deveriam ter sido pagos junto com o salário de setembro. O motivo: a Secretaria da Fazenda precisa de mais tempo para consolidar os números que servirão para tentar  convencer as categorias de que não há dinheiro em caixa.

Não há garantias de que o governo apresente um novo prazo para começar a pagar os reajustes – aprovados em 2012 pela Câmara Legislativa, na gestão de Agnelo Queiroz. 

“Precisamos  pegar todo o trabalho que está sendo feito pela Fazenda, para ver o que a gente vai discutir”, explicou o secretário de Relações Institucionais e Sociais, Marcos Dantas. Os números, ele disse, serão usados para argumentar com as categorias.  

Na semana passada, o governador Rodrigo Rollemberg se reuniu com todos os representantes de sindicatos de servidores e propôs pagar os reajustes a partir do mês de maio de 2016. Os sindicalistas rejeitaram a proposta e exigiram que o governo apresente um plano B. Foi marcado um novo encontro para a manhã de hoje, que foi adiado para amanhã. 

Compreensão

O governo,  disse o secretário de Relações Institucionais, espera contar com a compreensão dos servidores, já que o DF e o País passam por crises financeiras graves. “Nós temos colocado com muita transparência e muita franqueza a situação que nós atravessamos”, argumentou. A postura de  radicalização, reiterou o secretário, deve ficar para “tempos normais”. “Estamos vivendo  um momento atípico”, completou. 

E fez um apelo ao “bom senso” dos sindicatos, “para que entendam que não podemos fazer propostas que não possam seja ser cumpridas”.

Para CUT, calote já foi dado

As categorias mobilizadas – pelo menos 30 – esperam que o governo melhore – e muito –  a proposta já apresentada. Do contrário, prometem parar a capital federal.  “É inaceitável a proposta que foi feita. A gente espera que o governo reflita e mude o posicionamento”, analisa  Rodrigo Rodrigues, diretor da Central Única dos Trabalhadores no DF (CUT-DF).

Para ele, Rollemberg deixa de cumprir a lei, quando deposita na conta dos servidores os salários de setembro, sem o reajuste. “O contracheque saiu (ontem) e o calote foi dado”, diz.

Greve geral

A depender do que disser o governador amanhã, pode haver greve geral no DF. Para quinta-feira, já está previsto um ato unificado, com concentração na frente da Câmara Legislativa do DF. Amanhã e na própria quinta, várias categorias se reúnem em assembleias e devem deliberar sobre as paralisações.

“O sentimento que se tem dos servidores é que, com essa postura de calote, a greve geral pode acontecer”, reiterou Rodrigues.

Quando o Palácio do Buriti propõe que os reajustes, conquistados em 2012, sejam pagos em 2016, os sindicatos entendem que o Executivo queira ganhar tempo para inviabilizar a negociação salarial do ano que vem. “O governo quer, com isso, ganhar tempo, enrolar os servidores, jogando o que é direito em 2015 como sendo reajuste em 2016”, rechaça o representante da CUT.

Ele argumenta que a defasagem salarial que esta manobra  promove é “muito grande”.

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