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Política & Poder

População de município do AM espera que PF libere cartões retidos ilegalmente

Arquivo Geral

05/10/2015 10h34

A população de Atalaia do Norte (AM) espera que a entrada de agentes federais nas mercearias e supermercados em busca de cartões do Bolsa Família retidos ilegalmente ponha fim a décadas de desmandos dos comerciantes e políticos locais.

Pela primeira vez na história desse lugar de extrema pobreza, onde a maioria da população é indígena, o poder e a força de pequenos e médios empresários foram postos em xeque. É um grupo de homens temidos no município que apresenta um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 0,450, o terceiro pior do País.

Único índio na Câmara Municipal, o vereador Manoel Chorimpa (PRB) avalia que a operação da Polícia Federal também pode ajudar no combate à impunidade, mudar a “mentalidade” das famílias indígenas e contribuir para alterações no Distrito Sanitário Especial Indígena do Vale do Javari. “Eu acredito que foi uma vitória para nós”, afirma. “Essa escravidão promovida pelos comerciantes vem desde o tempo da madeira, de muitas décadas (primeiras anos do século passado).”

Chorimpa afirma que a operação pode mobilizar e dar ânimo às lideranças indígenas que questionam grupos políticos que controlam o dinheiro e a estrutura da saúde em Atalaia do Norte. “A política partidária entrou forte nessa área, dificultando ainda mais o trabalho de campo dos agentes de saúde e contribuindo para o aumento dos números de óbitos de crianças nas aldeias”, ressalta.

Ele avalia que uma mudança de nomes na saúde no município dependeria de alterações também em Brasília. “Este é um bom momento para o novo ministro da Saúde avaliar o trabalho da Secretaria Especial de Saúde Indígena”, completa. A Sesai foi criada em 2010 para substituir a Fundação Nacional de Saúde (Funasa), órgão envolvida em escândalos de irregularidades.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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