Millena Lopes
A falta de consenso para o rearranjo das secretarias fez com que o governador Rodrigo Rollemberg adiasse em uma semana a reforma administrativa anunciada há 15 dias. A previsão era de que o governo publicasse hoje os nomes dos novos secretários e administradores regionais. Mas o tempo não foi suficiente para conseguir enxugar a máquina e acomodar apoiadores.
As fusões das pastas permanecem como já anunciadas por Rollemberg, garante Marcos Dantas, secretário de Relações Institucionais. O adiamento é apenas para se estudar melhor as estruturas internas, ele diz. “O governo precisa de mais tempo para se estruturar, porque a reforma tem implicações em vários órgãos”, justifica o secretário.
Foi o próprio governador que disse que precisava de 15 dias para organizar as novas estruturas. O tempo foi curto. “É uma mexida grande. É preciso fazer com calma, para que não tenha problema na gestão e na continuidade dos projetos e programas”, contemporiza.
Rollemberg pretende reduzir de 24 para 16 as secretarias de Estado; e de 31 para 24 as administrações regionais.
Recuo
Não há o menor sinal de que Rollemberg volte atrás do que já decidira, segundo Dantas, ainda que as insatisfações sejam notórias no meio político. “Até onde eu estou sabendo, não existe nenhuma decisão nesse sentido. Desconheço qualquer tipo de recuo nesse sentido”, sustenta Dantas.
Ontem, os deputados distritais Cláudio Abrantes (Rede) e Joe Valle (PDT) se reuniram com o governador, junto com representantes do setor rural, para defender a permanência da estrutura da Secretaria de Agricultura, que, na intenção inicial do governo, deve ser fundida às pastas do Trabalho, Economia e Desenvolvimento Sustentável, Turismo e Ciência e Tecnologia.
Nos bastidores, muitos outros aliados – da Câmara Legislativa e do Buriti – também fazem pressão por espaço
Ameaça na Câmara Legislativa
Lideranças do meio rural acamparam na porta do Palácio do Buriti, ontem, em protesto contra a fusão da pasta da Agricultura a outras quatro pastas. À frente deles, Abrantes e Joe pediram que Rollemberg reconsidere a decisão nas próximas semanas.
“Ele falou que vai pensar, mas defendeu a fusão”, disse Joe Valle, desesperançoso de que o governador volte atrás.
Caso se confirme o intento, Joe garante que deixará a base aliada e Abrantes afirma que permanecerá na independência. “Essa é uma questão de representação. O deputado legisla, fiscaliza e representa. Sou o representante legitimo da área rural, que não aceita fusão”, confirmou o deputado do PDT.
“Quase” extinção
Para Abrantes, a fusão é “quase” uma extinção. Ele diz confiar na sensibilidade do governador para rever a questão.
Reafirmando sua condição de independente, como os deputados da Rede têm se autointitulado, ele aponta que não há incentivo da parte do Executivo para que ele vá para a base.
Como será
Se o intento inicial do governo se confirmar, o Buriti contará com 16 pastas: Governo e Relações Institucionais; Fazenda; Planejamento, Orçamento e Gestão; Gestão Administrativa e Desburocratização; Mobilidade; Infraestrutura e Serviços Públicos; Meio Ambiente, Gestão de Territórios e Habitação; Educação e Esporte; Segurança e Paz Social; Justiça e Cidadania; Políticas para Crianças, Adolescentes e Juventude; Saúde; Casa Militar; Cultura; Trabalho, Turismo, Agricultura, Ciência e Tecnologia e Desenvolvimento Econômico; e Políticas Afirmativas e Desenvolvimento Social.
As administrações do Núcleo Bandierante, Park Way e Candangolândia serão reunidas, assim como Cruzeiro, Sudoeste e Octogonal. Lago Sul e Jardim Botânico serão fundidas, a exemplo de Lago Norte e Varjão. E, por fim, Sobradinho II e Fercal.