Jurana Lopes
Especial para o Jornal de Brasília
Nesta quarta-feira, será realizada a segunda edição do projeto Visão Capital, iniciativa do JBr. que tem como objetivo reunir, mensalmente, a classe empresarial da cidade e os representantes do governo para compartilhar experiências e impulsionar discussões sobre o DF.
Empenhado em participar do crescimento da capital e da Região Metropolitana, o jornal convidou o governador de Goiás, Marconi Perillo, para discutir soluções para o desenvolvimento da economia da região. A primeira edição, no dia 12 deste mês, contou com a participação do secretário-chefe da Casa Civil, Hélio Doyle.
A Região Metropolitana exerce e sofre influência da capital e afeta políticas públicas de saúde, educação, transporte, trabalho, entre outras. A região abrange 12 municípios goianos: Águas Lindas, Alexânia, Cidade Ocidental, Cocalzinho, Novo Gama, Luziânia, Formosa, Cristalina, Planaltina, Padre Bernardo, Santo Antônio do Descoberto e Valparaíso de Goiás.
Potencial
O Serviço de Apoio às Pequenas e Médias Empresas do DF (Sebrae-DF) firmou, em março, parceria com o Sebrae-GO. A intenção é dar consultoria e capacitação para empresários dos municípios. Segundo o diretor superintendente do Sebrae-DF, Antônio Valdir Oliveira Filho, a ideia é levar carretas transformadas em salas de aula e escritórios (uma do Sebrae-DF e outra do Sebrae-GO) para as cidades.
“Queremos trabalhar já no início de 2016. Pretendemos fazer uma grande intervenção nesses municípios porque eles têm uma renda per capita baixíssima, de até R$ 1 mil”, afirma Oliveira Filho. Segundo ele, por estar próxima ao DF, é uma região com grande potencial de desenvolvimento econômico. A solução para a melhoria, revela, é geração de emprego e renda.
Para Adelmir Santana, presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do DF (Fecomércio-DF), a vocação da capital é o comércio, e dos municípios da Região Metropolitana é a agricultura e o turismo rural, o que pode impulsionar fortemente a economia. “É preciso analisar e buscar as aptidões de cada município. Luziânia, por exemplo, tem aptidão para a agricultura. Outras cidades podem se tornar polos industriais”, avalia.
Integração
Na opinião de Santana, a Região Metropolitana deve ser realmente integrada ao DF, pois grande parte da população dos municípios vizinhos depende da capital de alguma forma. “Ela deve ser vista como solução e não como problema. Cerca de 800 mil pessoas saem das cidades goianas todos os dias para o DF para trabalhar ou buscar algum atendimento. Existe uma dependência muito grande”, explica.
Zona franca do entorno do DF
O presidente da Fecomércio-DF, Adelmir Santana, acredita que, caso não seja tomada uma providência, a Região Metropolitana poderá se tornar uma ameaça para o DF, pois a população demandará cada vez mais serviços na capital. “O governo de Goiás rejeita por estar próxima do DF e o DF não pode assumir a responsabilidade porque são municípios que pertencem ao estado de Goiás”, diz.
Nesse sentido, o deputado federal Rogério Rosso elaborou uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que pretende criar a zona franca do entorno do DF. Assinada por cerca de 200 parlamentares, a finalidade é conceder benefícios fiscais federais para atrair empreendimentos para a região. “Com isso, tenho certeza que o entorno se tornará a região metropolitana mais desenvolvida do País”, explica.
Equilíbrio
A zona franca, conforme a proposta de Rosso, deverá abranger os 22 municípios que formam a Região Integrada de Desenvolvimento do DF e Entorno (Ride). “Nosso objetivo é equilibrar a qualidade de vida dos moradores, pois grande parte deles são brasilienses ou possuem família no DF. Não é justo no DF ter de tudo e lá, faltar de tudo”, explica. A PEC está na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e aguarda liberação do relator.