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Política & Poder

Distritais e empresários se reúnem para debater pagamento de dívidas

Arquivo Geral

26/05/2015 6h30

Francisco Dutra

Especial para o Jornal de Brasília

Na falta de uma posição clara do Buriti, a Câmara Legislativa assumiu o papel de protagonista na busca de soluções para o débito do governo. Enquanto o GDF permanece em silêncio quanto à divulgação de cronograma do pagamento da dívida de R$ 1,5 bilhão e não negocia com os empresários, os  distritais promoveram ontem uma grande reunião com dezenas de dirigentes do setor produtivo para começar a elaboração de um conjunto de sugestões para que o Distrito Federal deixe o atoleiro financeiro.

Além da postura do governo quanto à dívida, empresários criticaram a tentativa do GDF de aumentar impostos, como o ITBI e a TLP. Segundo os empresários, a solução dos entraves burocráticos por si só geraria expressivo aumento na arrecadação a curto prazo. 

Isso se faria com expedições de alvará, de relatórios de impacto de trânsito, Código de Obras e licenças urbanísticas e ambientais. Eles também propuseram que o governo regularize e passe a cobrar por “puxadinhos” e áreas ocupadas em processo de regularização, como os condomínios. Durante a reunião, também se comentou que o DF precisa de uma política econômica de Estado associada ao Entorno.

Criação de frente

Hoje a presidente da Câmara Legislativa, Celina Leão, pretende colher mais assinaturas para a criação da Frente Brasília Sem Crise. Dentro dos próximos 15 dias, o grupo enviará  ao Executivo um conjunto de propostas de curto, médio e longo prazo, reunindo demandas dos empresários e da população. 

Segundo Celina, a simplificação da emissão do RIT deve fazer parte do documento. Caso aprovada nas comissões, Celina espera levar para o plenário a proposta do governo para  a securitização da dívida ativa do DF, medida que pode render  aporte milionário ao governo.

“A Câmara está fazendo o seu papel. Abrirmos a discussão. Agora é o Executivo que precisa começar uma agenda. Esse clima de derrotismo tem que passar ”, disse o  presidente da CDL/DF, Álvaro Silveira Júnior.      

Críticas até de governistas

Até a bancada governista passou a cobrar mais rapidez ao governo. Neste começo de mandato, a gestão Rollemberg ainda não conseguiu formar uma base estável, mesmo adotando estratégia da construção de um núcleo enxuto de parlamentares aliados. As queixas dos empresários encontraram ontem eco entre os distritais aliados ao Buriti.

“Disse para o governador que ele não sacrifique mais a classe produtiva. Não dá para ter olhos de socialista. Ele precisa ter olhos de empreendedor. Se não tiver, que coloque alguém que tem”, declarou a deputada Liliane Roriz (PRTB). 

Migrar para a oposição

A parlamentar deixou claro pode migrar para a oposição caso o GDF não adote uma nova postura. Liliane enfatizou que a falta de uma política de incentivos consolidada faz com o DF perca empresários para outros estados, especialmente, Goiás. 

O deputado Dr. Michel (PP) também criticou a forma como Buriti vem lidando com a situação. Para o deputado, o discurso de que os problemas financeiros são herança do governo anterior deve ser deixado de lado, pois a atual gestão sabia que iria se tornar responsável pelos bônus e ônus da máquina pública. “Sou base, não sou capacho”, disparou. Pela perspectiva do deputado, a construção de soluções para o DF também precisa da parceria do Ministério Pública.

A oposição também esteve presente . O deputado Wellington Luiz (PMDB) reforçou que os oposicionistas não votaram a favor de  nenhuma proposta que aumente impostos. O distrital também declarou que não  abrirá brecha para que o GDF aplique qualquer tipo de calote no empresariado.

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