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Problemas com biometria suspendem eleições em localidades na Nigéria

Arquivo Geral

28/03/2015 14h23

A Comissão Eleitoral da Nigéria suspendeu hoje (28) as eleições presidenciais e legislativas em algumas localidades do país por problemas técnicos relacionados com o novo sistema de identificação de cartões. A votação deve ser retomada no domingo (29).

A Comissão Eleitoral Nacional Independente do país informou que houve dificuldades com a tecnologia dos novos cartões de eleitores biométricos em várias localidades, sem especificar um número. Os problemas levaram à suspensão do ato eleitoral nas seções afetadas.

“Em assembleias de voto, onde o credenciamento eleitoral foi suspenso, cumprindo as orientações existentes, serão tomadas medidas para que os eleitores possam votar no domingo”, disse o comissário Chris Yimoga a jornalistas em Abuja, capital da Nigéria.

Hoje de manhã, o presidente da Nigéria, Goodluck Jonathan, que disputa o cargo, tentou votar em companhia de sua mulher, Patience. No entanto, problemas com a nova tecnologia de votação o obrigaram a abandonar a seção.

O presidente, que pretende conquistar um segundo mandato, chegou à mesa de votação em sua cidade natal, Otuoke, no sul do estado de Bayelsa, por volta das 9h20 locais (6h20 em Brasília). Ele iniciou o processo de credenciamento, mas o sistema de leitura de dados biométricos dos cartões de identificação dos eleitores aparentemente não funcionou, obrigando Goodluck Jonathan a adiar seu voto.

Outro problema das eleições nigerianas são os ataques feitos por grupos islâmicos radicais a locais de votação, que deixaram sete mortos até agora. Os extremistas armados dispararam contra as seções eleitorais e as filas de eleitores que aguardavam a sua vez de votar.

Algumas seções eleitorais reabriram depois dos ataques, mas outras permaneceram fechadas, segundo relatos de testemunhas. Assustadas, muitas pessoas fugiram e não regressaram aos locais de votação.

Abubakar Shekau, o líder do grupo islamista Boko Haram, ameaçou no mês passado que tentaria impedir o processo eleitoral. Em vídeo publicado na rede social Twitter, ele diz considerar a eleição contrária ao Islã. “Essas eleições não vão ocorrer, mesmo que nos matem. Mesmo que já não estejamos vivos, Alá não o permitirá”, declarou na ocasião.

Cerca de 68,8 milhões de nigerianos devem comparecer às urnas para eleger o novo presidente e o Parlamento, em um ambiente de tensão devido ao risco de violência política e à ameaça de atentados islâmicos.

Ao todo, 14 candidatos concorrem à presidência do país, entre os quais, pela primeira vez, uma mulher. A disputa está acirrada entre o atual presidente, Goodluck Jonathan, e o ex-general Muhammadu Buhari, que comandou a Nigéria à frente de uma junta militar de 1983 a 1985.

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