Sem autorização formal, conforme prevê a legislação, diversos food trucks estão instalados em frente à sede da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA). A presença das lanchonetes móveis, que tem ocorrido todos os dias, desde a última segunda-feira, foi um pedido da própria instituição aos truckeiros por falta de restaurantes próximos para atender os cerca de dois mil funcionários.
Na Anvisa, não há uma área de restaurantes e, para resolver o problema dos servidores, a agência resolveu convidar os comerciantes para atuar no local. “Visando suprir o interesse dos funcionários, a instituição procurou representantes dos food trucks”, explicou a assessoria do órgão, que lembrou, ainda, não ser responsável pela fiscalização dos restaurantes. O trabalho cabe à Vigilância Sanitária local. “Nenhum estabelecimento precisa de licença da Anvisa. Nós ditamos normas”, concluiu.
Procedimento
Henry Wall, de 33 anos, é um dos comerciantes que estão no local. De acordo com ele, antes de os caminhões de comida participarem de algum evento, são necessárias diversas autorizações de órgãos competentes. “Nós entramos em contato com as secretarias de Turismo e de Cidades, além da administração regional, para solicitar uma licença eventual”, explica.
Para atender os funcionários da Anvisa, os food trucks permanecem no local, diariamente, das 11h às 15h – podendo estender o horário, se necessário. “Estamos aqui depois de uma solicitação da Anvisa, com o intuito de fazer uma praça de alimentação ao ar livre, para atender aos servidores na hora do almoço”, contou Wall. “Deu tão certo que estamos ficando para o lanche também”, completou.
O chefe de gabinete da Administração do SIA, Márcio Rogério, informou que os empresários, com o apoio do servidores da Anvisa, entraram com um pedido de autorização. No entanto, o documento ainda está sendo analisado. “A princípio, eles estão no local informalmente. É uma medida que visa amenizar o problema de alimentação dos funcionários da agência”, afirmou.
Administração regional aponta deveres
Apesar da informalidade, o chefe de gabinete Márcio Rogério ressalta que os empreendedores são responsáveis pela limpeza do local. “Como não há uma legislação específica para esse tipo de comércio, estamos nos adequando com o que temos. Trabalhamos de uma forma que não onere ninguém e que esteja dentro da legalidade”, concluiu.
A reportagem não conseguiu contato com a Agefis, que fiscaliza a ocupação de área pública, até o fechamento desta edição.