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Brasília

Operação coloca 748 policiais novatos nas ruas

Arquivo Geral

28/03/2015 9h30

Com 113 homicídios registrados entre janeiro e fevereiro deste ano –   média de dois por dia –, o Distrito Federal terá, a partir das 14h de hoje, o reforço de 748 policiais militares nas ruas. A Operação Kratos, cujo nome é uma referência a um deus grego que personifica força e poder, vai até quarta-feira e ocorrerá durante a tarde e a madrugada. O objetivo, explicou o comandante-geral da PMDF, coronel Florisvaldo César, “é resgatar a sensação de segurança entre os cidadãos.”

  Os policiais, integrantes do curso de formação da PMDF, terão a ajuda de 47 militares que já atuavam nas ruas. Eles serão os tutores  e trabalharão orientando   os novatos. Depois, os novos militares devem ser definitivamente integrados à corporação a partir da segunda quinzena de abril. Todas as cidades do DF terão o reforço, que conta com 50 viaturas. 

 Durante o anúncio da operação,   o governador Rodrigo Rollemberg comemorou o reforço aos outros 986 policiais  que trabalhavam em áreas administrativas e foram transferidos para o serviço operacional. “Agora, são 1.734 policiais a mais nas ruas desde 1º de janeiro”, ressaltou. 

 Para o governador, o reforço representa um   primeiro passo rumo ao combate à violência. “Os índices, apesar de terem diminuído, continuam altos, mas tenho convicção que nós vamos  melhorar o policiamento”. Por isso, destacou, “a presença   do efetivo nas ruas melhora a sensação de segurança e reduz   os índices de criminalidade.”

 Compromisso

 Na avaliação de especialistas em segurança pública, a ação de aumentar o efetivo nas ruas do DF deve, sim, fortalecer a ideia de que os cidadãos não estão reféns da violência. Porém, para que o reforço tenha eficácia, é preciso que  os agentes estejam comprometidos em proteger. 

“Os países que conseguiram diminuir as estatísticas de violência, como o Canadá, aumentaram seus efetivos nas ruas. E mostraram que  isso inibe o delito. No entanto, é necessário mais do que estar nas ruas”, indica a pesquisadora da Universidade de Brasília (UnB) Tânia Montoro. 

Saiba mais
 
A Operação Kratos tem como objetivo marcar a última etapa do curso de formação, que é a atuação dos novatos no serviço direto com a comunidade. 
Para substituir os 986 policiais que foram para as ruas, a Polícia Militar contou com um reforço de 300 funcionários civis e outros 100 militares da reserva.
 
“Tem que ter atitude preventiva”
 
Não adianta você dizer que vai ter mais policiamento se o militar ficar andando e conversando com o colega nas ruas. Hoje, acontece com frequência  de vê-los sentados em padarias, lanchando, sem mudar muito de lugar. Tem que ter atitude preventiva”, esclarece a especialista em política social da UnB Tânia Montoro.
 Ao mesmo tempo em que isso acontece, salienta, é necessário   que a corregedoria da corporação esteja atenta. “A PM tem que conter os excessos”, diz. 
 O reforço, garante a pesquisadora, veio em um momento de extrema insegurança. De acordo com Tânia, o DF está atingindo estatísticas de criminalidade que merecem   atenção. “A região como um todo está   perigosa, principalmente à noite. Posso falar   por experiência própria  porque  a UnB    passou   por uma situação grave com um morador de rua. Isso tem que ser levado a sério”, destacou. 
 
 
 

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